As fontes disseram à agência espanhola Efe que se trata de Julio Obama Mefuman, de 51 anos, membro do Movimento de Libertação da Guiné Equatorial III República (MLGE III R), que foi capturado e preso pelo regime em novembro de 2020, quando se encontrava no Sudão do Sul.
A notícia da sua morte foi conhecida uns dias depois de a Audiência Nacional, tribunal que tem jurisdição sobre todo o território espanhol, ter aberto uma investigação contra a cúpula de segurança da Guiné Equatorial, que inclui um dos filhos do Presidente, Carmelo Ovono Obiang, secretário de Estado da Presidência e chefe dos serviços secretos no exterior.
A investigação judicial por alegados crimes de tortura e sequestro de Obama e outro espanhol, Feliciano Efa, envolve ainda o ministro de Estado, Nicolás Obama, e o diretor-geral da Segurança Presidencial, Isaac Ngema,
As primeiras informações policiais indicam que os três seguiam a bordo do avião presidencial que transportou, a partir do Sudão do Sul, Feliciano Efa e Julio Obama para Malabo, a capital da Guiné Equatorial.
Além disso, alegadamente, os três altos cargos estiveram presentes e participaram nos atos de tortura a que foram submetidos os dois cidadãos espanhóis e dois outros nativos.
De acordo com as mesmas indicações policiais, Obama e Efa foram presos depois de serem condenados por um suposto golpe de Estado, num julgamento sem quaisquer garantias.
"Os nossos serviços consulares estão a fazer tudo o que é possível para tentar reunir mais informação", asseguraram à Efe as mesmas fontes.
Teodoro Obiang Nguema, de 80 anos, governa ditatorialmente a Guiné Equatorial desde 1979, quando derrubou, num golpe, o seu tio Francisco Macias.
Atualmente o chefe de Estado há mais tempo no cargo, à exceção das monarquias, foi reeleito nas eleições de 20 de novembro para um sexto mandato de sete anos, com 94,9% dos votos, segundo os resultados oficiais, que a oposição questionou, denunciando irregularidades na votação.
Desde que se tornou independente de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial é considerada por organizações de direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, devido a denúncias de prisões, torturas de dissidentes e repetidas fraudes eleitorais.
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