Angel, o candidato do grupo Socialistas e Democratas (S&D), só conseguiu reunir 263 votos na primeira volta, ficando aquém da necessária maioria absoluta (278 votos dos 648 registados).
Os outros dois candidatos -- a eurodeputada francesa dos Verdes Gwendoline Delbos-Corfield e a italiana Annalisa Tardino do grupo eurocético de direita Identidade e Democracia -- reuniram, respetivamente, 113 e 179 votos.
Na segunda volta da eleição, onde era necessária uma maioria absoluta de 296 em 645 votos, Angel reuniu 307, Delbos-Corfield 98 e Tardino 185.
De acordo com o regulamento do PE, em caso de substituição de um vice-presidente, o eleito ocupa a mesma ordem de preferência, no caso concreto, a quinta vice-presidência num total de 14.
A eurodeputada Eva Kaili, que está em prisão preventiva, foi afastada da vice-presidência do PE em 13 de dezembro, no contexto do escândalo de alegada corrupção em favor dos interesses do Qatar (mas também implicando Marrocos e a Mauritânia) junto das instituições europeias.
Kaili, detida em 09 de dezembro pela polícia belga, foi igualmente suspensa e posteriormente expulsa do grupo parlamentar dos S&D.
A investigação conduzida pelas autoridades belgas permitiu a apreensão de malas com dinheiro no total de 1,5 milhões de euros e quatro pessoas foram indiciadas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação numa organização criminosa.
A par de Eva Kaili, o assessor e companheiro da eurodeputada grega Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e o dirigente da organização não-governamental (ONG) "No Peace Without Justice" Niccolo Figa-Talamanca são os outros nomes envolvidos no processo.
Em dezembro, e numa reação ao escândalo, a presidente do PE, Roberta Metsola, afirmou que haveria "tolerância zero à corrupção" na instituição, tendo prometido reformas nesse sentido.
Metsola anunciou na segunda-feira que as autoridades belgas pediram o levantamento da imunidade parlamentar dos eurodeputados Andrea Cozzolino e Marc Tarabella, no âmbito da investigação do 'Qatargate'.
Na terça-feira, o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, um dos principais suspeitos do 'Qatargate', assinou um acordo de cooperação com a procuradoria federal belga em troca de um ano de prisão efetiva.
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