EUA fazem reversão: Pentágono deixa de vigiar ameaças cibernéticas russas

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou uma pausa em todas as operações cibernéticas do país contra a Rússia, incluindo ações ofensivas, informaram este domingo vários meios de comunicação social norte-americanos. Pentágono ordena pausa nas operações cibernéticas dos EUA contra a Rússia

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© Andrew Harnik/Getty Images

Lusa
03/03/2025 07:36 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Pete Hegseth

A pausa faz parte de um processo mais alargado de reavaliação das operações dos Estados Unidos contra a Rússia e a sua duração não está claramente definida, segundo o New York Times, que desenvolveu uma notícia avançada no final da semana passada pelo The Record.

 

De acordo com esta publicação, que cita três fontes não identificadas, Hegseth ordenou na semana passada que o Comando Cibernético dos Estados Unidos suspendesse todo o planeamento contra a Rússia, incluindo ações digitais ofensivas.

Hegseth terá dado instruções ao chefe do Comando Cibernético, general Timothy Haugh, que depois informou o diretor de operações cessante da organização, major-general do Corpo de Fuzileiros Navais, Ryan Heritage, da nova orientação, de acordo com as mesmas fontes, que não se quiseram identificar.

As instruções de Hegseth não se aplicam à Agência de Segurança Nacional, que Haugh também lidera, ou às suas tarefas de inteligência de sinais visando a Rússia, segundo as mesmas fontes.

Ainda que o âmbito completo da diretiva de Hegseth permaneça obscuro, é mais uma evidência dos esforços do novo inquilino da Casa Branca para normalizar os laços com Moscovo, em contramão com o que os Estados Unidos e aliados internacionais fizeram nos últimos três anos para isolar o Kremlin, na sequência da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Contactado pela agência France-Presse (AFP), o Pentágono recusou-se a comentar, invocando a necessidade de preservar a segurança operacional, ainda que, à semelhança de outras operações clandestinas, as ações no domínio cibernético quase nunca são comentadas pelas autoridades.

"Para o secretário (Pete) Hegseth, não há prioridade maior do que a segurança dos combatentes em todas as operações, incluindo as cibernéticas", disse um funcionário do Pentágono, citado pela AFP.

A alegada pausa surge numa altura em que Donald Trump lidera uma aproximação histórica a Moscovo, a pretexto da guerra na Ucrânia.

"Devíamos passar menos tempo a preocuparmo-nos com Putin e mais tempo a preocuparmo-nos com os gangues de violadores imigrantes, os chefes da droga, os assassinos e os doentes psiquiátricos que entram no nosso país, para não acabarmos como a Europa", afirmou este domingo à noite Donald Trump na rede social Truth Social.

O conselheiro de segurança dos Estados Unidos, Mike Waltz, questionado na CNN, no domingo, sobre esta aproximação à Rússia, refutou a existência da pausa operacional cibernética.

"Isso não foi discutido", disse. "Haverá todo o tipo de alavancas, desde cenouras a paus, para pôr fim a esta guerra", acrescentou.

Leia Também: Tusk diz que Ocidente deve resistir à "chantagem e agressão" da Rússia

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