Peru. Polícia controla entradas em Lima antecipando manifestação
O Ministério público e a Polícia nacional do Peru (PNP) controlavam hoje a entrada em Lima de manifestantes provenientes de diversos pontos do país, na véspera da manifestação convocada na capital peruana para exigir a demissão da Presidente Dina Boluarte.
© Reuters
Mundo Peru
Representantes da Procuradoria de Prevenção do Delito de Lima leste, juntamente com a PNP, foram enviados para a portagem rodoviária de Corcona, distrito de Huarochirí, e para o distrito de Chosica para ações de controlo de identidade em veículos, informou o Ministério público no Twitter.
Na terça-feira, foram efetuadas ações semelhantes em Lima noroeste e em portagens situadas a norte de Lima.
A Procuradoria e a Polícia Nacional pretendem identificar as centenas de manifestantes que se dirigem de autocarro para Lima desde as regiões de Puno, Cuzco, Apurímac, Ayacucho e Arequipa, no sul, entre outras, com o objetivo de exigir a demissão da Presidente Dina Boluarte, a antecipação de eleições legislativas para este ano e a formação de uma assembleia constituinte.
As principais praças do centro histórico de Lima já permaneciam hoje rodeadas por um forte contingente policial, enquanto o presidente da câmara municipal de Lima, o conservador Rafael López Aliaga, emitiu uma pelo ao "fim do ódio e da violência", enquanto prosseguia a convocatória para o protesto que já foi designado de "A Tomada de Lima".
"Não podemos permitir que a razão, a motivação de atuação dos limenhos e peruanos seja o ódio, a violência. Já basta. Não deve ser assim", declarou Aliaga durante uma cerimónia oficial no Palácio Municipal no âmbito das celebrações do 488º aniversário da fundação de Lima.
O responsável municipal, que assumiu funções no início de 2023, também insistiu que "a razão de ser de cada um é o amor" e pugnou pela "erradicação destas ideologias [que associa ao ódio e violência] desde a escola primária".
Por sua vez, as Nações Unidas apelaram hoje às autoridades do Peru que respeitem o direito a protestos pacíficos durante a grande manifestação de quinta-feira.
"Certamente que confiamos e esperamos que se respeite o direito à manifestação pacífica", disse o porta-voz Farhan Haq.
O Governo já incluiu Lima na declaração de estado de emergência e que prolongou por mais 30 dias, e assegurou que o objetivo consiste em evitar "atos de violência" na capital.
"Se considerámos incluir Lima e Callao foi para adotar medidas preventivas, devido às informações de que estão a ser preparadas manifestações, e não pretendemos que degenerem em atos de violência", disse na segunda-feira o ministro da Defesa do Peru, Jorge Chávez.
A par das mobilizações na capital peruana, prosseguiam hoje os bloqueios de estradas e outras ações de protesto em oito regiões do país, com 94 locais interrompidos ao trânsito e que afetavam 16 estradas nacionais, indicou o último relatório da autoridade rodoviária.
Na província de Virú, região nortenha de La Libertad, dezenas de autocarros permaneciam parados devido ao bloqueio da estrada Pan-americana norte, apesar de a polícia ter conseguido abrir algumas passagens na terça-feira.
Até ao momento, 50 pessoas, incluindo um polícia, foram mortas durante os protestos, iniciados no início de dezembro e que registaram uma pausa no Natal e início do ano, para serem retomados nos primeiros dias de janeiro.
Boluarte -- que no início de dezembro substituiu o então presidente Pedro Castillo, acusado de promover um "golpe de Estado" constitucional e em prisão preventiva --, declarou na terça-feira que as estradas iriam ser desbloqueadas pelas forças policiais e militares, e disse esperar que os manifestantes que se dirigem para Lima exprimam as suas reivindicações sociais, mas não políticas, numa referência às diversas palavras de ordem ecoadas nos protestos e onde se inclui a sua imediata demissão.
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