O anúncio foi feito pela porta-voz adjunta do Governo do Chipre, Niovi Parisinou, indicando que no total foi revogada a atribuição de cidadania cipriota a 222 pessoas.
Em causa está um programa de investimentos por passaporte, que vigorou entre 2008 e 2020, e que permitiu, segundo concluiu um inquérito, atribuir ilegalmente a cidadania cipriota a investidores estrangeiros "não ilegíveis", muitos dos quais suspeitos de crimes.
O programa gerou mais de nove mil milhões de euros e mostrou-se particularmente atraente para os investidores estrangeiros porque a obtenção de um passaporte da União Europeia lhes permitia o acesso aos 27 Estados membros.
Este programa viria a ser posto em causa por uma reportagem televisiva emitida em 2020 que denunciou práticas de corrupção e de atribuição de cidadania a cidadãos estrangeiros condenados por fraude fiscal no seu país de origem.
As revelações prejudicaram a reputação de Chipre, com acusações de corrupção endémica, afetando o Governo do Presidente Nicos Anastasiades, que defendera veementemente o programa.
Contudo, o Governo do Chipre negou qualquer prática de corrupção, mas admitiu "erros, lacunas e descuidos".
A UE também questionou o Chipre sobre este programa, que começou em 2008 e que se intensificou em 2013 na sequência da crise financeira que então afetou o país.
Entretanto, uma comissão independente que investigou o programa concluiu que funcionava "com lacunas e omissões, sem enquadramento legal e quase sem enquadramento regulamentar".
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