O quadro de 1889 ‘Down on His Luck’, da autoria de Frederick McCubbin, não escapou a (mais) um protesto de ativistas ambientais. A obra de arte, que está na coleção da Galeria de Arte da Austrália Ocidental desde 1896, exibia, esta manhã de quinta-feira, o logotipo da petrolífera australiana Woodside, naquele que foi um protesto do grupo Disrupt Burrup Hub contra a “profanação contínua da arte rupestre sagrada de Murujuga no Burrup Hub, o maior novo projeto de combustível fóssil da Austrália”.
“Woodside gosta de colocar o seu logotipo em tudo, enquanto espalha emissões tóxicas por toda a arte rupestre sagrada. Temos de parar a indústria no Burrup, ou não vai sobrar arte”, disse a ativista Joana Partyka, que borrifou tinta amarela no quadro, antes de colar a sua mão na parede.
Por seu turno, Desmond Blurton, de Ballardong Noongar, colocou uma bandeira aborígene no chão da galeria, apontando que “esta pintura tem apenas 100 anos”, mas “Woodside está a destruir 50 mil anos da nossa cultura”.
O grupo assegurou, em comunicado, que a obra não foi danificada no protesto, uma vez que está protegida por um plástico transparente.
Na mesma nota, os manifestantes recordam que a Península de Burrup é conhecida como Murujuga pelos aborígenes (e guardiões daquela área), tratando-se de “um lugar profundamente sagrado que contém a maior e mais antiga coleção de arte rupestre indígena do mundo”.
“Prestamos respeito aos mais velhos do passado e do presente. Também prestamos homenagem aos guardiões de Murujuga. Sempre foi e sempre será uma terra aborígene”, disse o grupo.
O comunicado aponta ainda que o Burrup Hub é o novo maior projeto de combustível fóssil na Austrália, consistindo nos campos de gás de Scarborough e Browse Basin, a planta de processamento do Pluto Project e outras fábricas de gás natural liquefeito (GNL) e fertilizantes na Península de Burrup.
Assista às imagens na galeria acima.
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