"O PAM agradece, mas apesar deste generoso financiamento não é capaz de fornecer rações completas para atingir o mínimo dos requisitos para apoiar os refugiados no Ruanda", lê-se num comunicado divulgado hoje pelo PAM, no qual diz que os 7,2 milhões de dólares, cerca de 6,6 milhões de euros, serão utilizados em transferências diretas de verbas e tratamento para a má nutrição para os 113.500 refugiados nos cinco campos de refugiados no Ruanda.
"Esta contribuição dos Estados Unidos surge na altura em que mais precisamos; com a recente chegada de mais de 100 novos refugiados todos os dias da República Democrática do Congo [RDCongo] e o aumento dos custos da comida, energia e transporte, os refugiados precisam agora de mais ajuda do que nunca para garantir que progridem para o autossustento", disse a diretora interina do PAM no Ruanda, Ahmareen Karim.
A contribuição agora anunciada junta-se aos 5,9 milhões de dólares (5,4 milhões de euros) disponibilizados pelos Estados Unidos da América em 2022 para apoiar as operações do PAM de ajuda aos refugiados no Ruanda, no ano passado.
No leste da RDCongo, país rico em recursos minerais, os combates entre forças governamentais e milicianos do M23, uma antiga rebelião tutsi, exacerbaram as tensões com o vizinho Ruanda, que Kinshasa acusa de encorajar a milícia, apesar de Kigali negar qualquer envolvimento.
Esta violência levou numerosos congoleses a fugir para países vizinhos como o Ruanda. Segundo o Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Ruanda contava com 72 mil refugiados congoleses em novembro de 2022.
Na semana passada, o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, alertou que o país não pode "continuar a suportar" este fardo, uma declaração muito criticada pelas autoridades da RDCongo.
Leia Também: RDCongo acusa presidente ruandês de "indecência" após recusar refugiados