Em comunicado, o FADER refere que a visita está prevista para o dia 24 de janeiro, por ocasião da VII Cimeira da Comunidade dos Estados da América Latina e das Caraíbas (CELAC), e sublinha que aqueles governantes estão a ser investigados por alegados "crimes que lesam a humanidade", cometidos nos seus países.
O documento vem acompanhado por uma cópia da denúncia em que o FADER insta a Justiça da Argentina a ter em conta "a informação e as normas internacionais" vigentes "na avaliação da responsabilidade criminal" daqueles governantes em "alegados crimes internacionais que estão sujeitos a jurisdição universal, à luz das obrigações da Argentina no âmbito dos Direitos Humanos e do Direito Humanitário Internacional".
Por outro lado, o FADER faz referência a vários relatórios de organismos internacionais como o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, o Tribunal Interamericano de Direitos Humanos e a Human Rights Watch que, afirma, "dão conta da perseguição política e repressão nesses países (Cuba, Nicarágua e Venezuela)".
No comunicado, o ativista Trottas Gamus, explica que "é inadmissível que os ditadores responsáveis por crimes contra a humanidade sejam recebidos com honras" na Argentina.
"Alberto Fernández e Cristina Kirchner (Presidente e vice-presidente da Argentina) mancham e sujam o empenho histórico da Argentina na defesa dos Direitos Humanos, precisamente quando estamos a celebrar 40 anos de democracia", refere.
Os integrantes do FADER - políticos, diplomatas, académicos e ativistas dos Direitos Humanos - divulgaram um vídeo através do Youtube denunciando que Cuba é "um país onde as prisões estão cheias, mas de presos políticos e que nunca realizou eleições livres desde que Fidel Castro (1926/2016) chegou ao poder em 1959".
Também que Daniel Ortega, lidera, na Nicarágua "uma ditadura repressiva e sangrenta, responsável por mais de 300 assassinatos nos protestos de 2018" e que "Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, violador em série dos direitos humanos, é acusado por organizações internacionais de torturar, perseguir e deter milhares de milhares de compatriotas, e está a ser investigado, neste preciso momento, em Haia por crimes contra a humanidade".
Segundo o FADER, "para um país como a Argentina, que não esquece os horrores da sua própria ditadura, estas visitas são uma ofensa" e "para milhares de migrantes, expulsos por estes mesmos ditadores, estas visitas são um insulto e uma provocação".
"Eles não são bem-vindos aqui. Suspendam isto! Compreendam que na Argentina, 'nunca mais' significa... nunca mais!", afirmam.
O FADER foi criado em agosto de 2020 por um grupo de académicos, políticos e jornalistas para apoiar venezuelanos, cubanos e nicaraguenses que fugiram dos seus países e latino-americanos em prol da democracia e dos Direitos Humanos.
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