Filipinas e EUA reforçam cooperação na defesa face a tensões com a China

As Filipinas e os Estados Unidos comprometeram-se hoje a reforçar a cooperação em matéria de segurança para responder a preocupações comuns, em particular às tensões com Pequim sobre o Mar do Sul da China.

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Lusa
20/01/2023 17:45 ‧ 20/01/2023 por Lusa

Mundo

Defesa

O acordo foi obtido numa reunião de alto nível em Manila, vista como parte dos esforços do Presidente filipino, Ferdinand Marcos, para restaurar uma parceria de décadas com o principal aliado de defesa do país, interrompida pelo seu antecessor, Rodrigo Duterte.

Os dois países concordaram na necessidade de "reforçar a cooperação em matéria de defesa e segurança e assegurar que a aliança se adapte eficazmente aos novos e emergentes desafios", segundo uma declaração conjunta citada pela agência francesa AFP.

"Acordámos em várias iniciativas importantes que demonstram o nosso empenho inabalável na nossa aliança", disse a subsecretária dos Negócios Estrangeiros filipina, Maria Theresa Lazaro, numa conferência de imprensa.

"As questões importantes do Mar do Sul da China foram centrais para as nossas discussões", afirmou, por sua vez, o secretário de Estado adjunto norte-americano para os assuntos da Ásia Oriental e do Pacífico, Daniel Kritenbrink.

A China e as Filipinas estão em desacordo sobre o Mar do Sul da China, uma área estratégica com ricos recursos energéticos e pesqueiros.

Pequim reivindica a soberania sobre praticamente toda a região, mas as Filipinas, bem como o Vietname, a Malásia e o Brunei, também têm reivindicações.

A China ignorou uma decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia a favor de Manila em 2016.

As Filipinas anunciaram, em finais de dezembro, que estavam a reforçar a sua presença militar no Mar da China.

A medida seguiu-se a informações de que a China tinha começado a desenvolver ilhas desocupadas em redor do disputado arquipélago das Spratly.

Manila e Washington, vinculados por um tratado de defesa mútua de 1951, concordaram em realizar conversações em meados de 2023, para que os dois governos possam "assegurar uma resposta mais coordenada aos potenciais pontos quentes".

Concordaram também em acelerar a conclusão de projetos que permitam às forças norte-americanas armazenar equipamento em algumas bases militares filipinas.

As Filipinas comprometeram-se a tomar medidas para modernizar as suas forças armadas.

Ferdinand Marcos Júnior (filho do antigo ditador filipino de mesmo nome) reiterou na quarta-feira, em Davos, Suíça, a sua preocupação com as tensões entre os navios de guerra norte-americanos e chineses na região.

Leia Também: França e Espanha assinam "tratado de amizade" para reforçar relações

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