"A Alemanha já recebeu o pedido para autorizar a transferência dos tanques 'Leopard 2' para a Ucrânia", disse o ministro polaco, Mariusz Blaszczak, numa mensagem hoje publicada na rede social Twitter, na qual apela a Berlim para se juntar à "coligação de países que apoiam a Ucrânia com os 'Leopard 2'".
Segundo o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, o Governo de Berlim espera resolver "nos próximos dias" as suas dúvidas sobre o envio dos 'Leopard 2' para a Ucrânia, referindo que o primeiro passo é preparar um inventário dos carros de combate atualmente disponíveis.
Feito esse inventário, e "se for dado o sim", a questão pode ser resolvida em dias, disse Pistorius em entrevista à estação televisiva ZDF, poucas horas antes do encontro agendado para hoje com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Berlim prometeu também "agir com rapidez" no que diz respeito à formação de pessoal e transporte dos carros, mas esclareceu que a decisão final cabe ao chanceler, Olaf Scholz, numa referência às especulações dos últimos dias sobre uma possível divisão dentro da coligação governamental sobre a ajuda que as autoridades ucranianas têm reclamado.
A Polónia já tinha avançado, na segunda-feira, que ia pedir autorização à Alemanha para enviar os 'Leopard' para a Ucrânia, mas o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, não tinha especificado quando seria feito o pedido.
"Vamos pedir a autorização, mas isso é uma questão secundária", disse Morawiecki aos jornalistas.
"Mesmo que não consigamos a autorização, daremos os nossos carros de combate à Ucrânia como parte de uma pequena coligação, mesmo que a Alemanha não faça parte desta", acrescentou.
A Polónia, que se declarou pronta para entregar 14 'Leopard' a Kiev, sublinhou que está em conversações com cerca de 15 países sobre este assunto.
A Alemanha tem estado sob crescente pressão para entregar os seus 'Leopard' à Ucrânia, que está a pedi-los insistentemente e, no domingo, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, disse que o país estava pronto para entregar os carros de combate, apesar do chanceler alemão ter mostrado relutância em comentar o assunto.
"Se nos colocassem o pedido, não nos oporíamos", afirmou Annalena Baerbock.
Segundo as autoridades ucranianas, são necessárias "centenas de carros de combate e não 10 ou 20" para fazer frente à agressão russa e regressar às fronteiras de 1991.
Numa mensagem divulgada na segunda-feira, na rede social Telegram, o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy YermakYermak, assegurou que só com mais tanques e material bélico é que será possível pôr cobro à ocupação russa da Crimeia.
"É por isso que cada tanque capaz de combater deve estar na frente [de combate], porque esta não é apenas a frente ucraniana, mas sim a frente da civilização contra a barbárie", acrescentou, salientando que o objetivo comum da democracia é "garantir um desenvolvimento estável".
O 'Leopard 2' é considerado pelo seu fabricante, a alemã Krauss-Maffei Wegmann (KMW), como "o principal carro de combate do mundo", combinando poder de fogo, proteção, velocidade e manobrabilidade, o que o torna adaptável a muitos tipos de situações de combate.
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