Holocausto é "dor comum" que a Rússia tenta "que não volte a acontecer"
O presidente russo salientou ser "categoricamente contra o esquecimento de tais crimes, que não prescrevem", razão pela qual o Ministério Público russo continua a investigá-los.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
Em vésperas do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, assinalado a 27 de janeiro, o presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se com o líder do judaísmo na Rússia, o rabino Berel Lazar, e com o presidente da Federação das Comunidades Judaicas da Rússia, o rabino Alexander Boroda, assinalando que o país adota “políticas para que semelhante volte a acontecer na história da humanidade”.
“De todos os judeus exterminados pelos nazis, a maioria eram justamente cidadãos da União Soviética, por isso é uma dor comum para todos nós”, apontou o chefe de Estado russo, salientando que o Ministério Público russo continua a investigar os crimes cometidos em toda a URSS, que classificou como “uma importante contribuição”, cita a agência TASS.
"Estamos a fazer tudo para garantir o apoio a nível internacional. Infelizmente, sob diferentes pretextos, muitos países desistem do trabalho solidário nesse campo. No entanto, independentemente da situação política atual, continuaremos a fazê-lo”, complementou, assegurando ser “categoricamente contra o esquecimento de tais crimes, que não prescrevem”.
Putin salientou ainda conhecer não só a posição da comunidade judaica da Rússia, como também a posição do Estado de Israel no que toca ao “papel e importância do Exército Vermelho na vitória sobre o nazismo e o fascismo”, que aprecia.
Nessa linha, Lazar agradeceu o trabalho do chefe de Estado, considerando que "os judeus se sentem confortáveis na Rússia hoje", apontando que a comunidade judaica está pronta para fazer tudo para trazer a paz ao mundo.
"O sofrimento durante o Holocausto, quantos judeus sofreram naquela época - 6 milhões de pessoas inocentes mortas. […] Todos os anos, quando nos lembramos desse evento, dizemos sempre - nunca mais. [...] Quando pessoas inocentes sofrem simplesmente porque alguém as ataca, é assustador, é inexplicável e insuportável. Então, muito obrigado por tudo o que fez e está a fazer", acrescentou.
Recorde-se, contudo, que o rabino-chefe de Moscovo, Pinchas Goldschmidt, abandonou a Rússia devido à pressão sentida para apoiar a invasão da Ucrânia, em junho do ano passado, tendo advertido os judeus naquele país que deveriam deixá-lo enquanto ainda podiam, perante o crescente antissemitismo sentido.
De notar ainda que a Rússia não foi convidada para as comemorações do 78.º aniversário da libertação, pelo Exército Vermelho, do campo de morte nazi de Auschwitz-Birkenau, devido à invasão e guerra russas na Ucrânia, anunciou o museu do local.
A ofensiva militar russa na Ucrânia, lançada a 24 de fevereiro, já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 7.068 civis desde o início da guerra e 11.415 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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