No final do dia de quinta-feira, um grupo de homens armados atacou Doh uma aldeia da comuna de Dassa, e disparou sobre os moradores.
Seis morreram e outros dois ficaram feridos, disse um morador, citado pela agência France-Presse.
"Paralelamente, outro grupo de homens armados atacou uma segunda aldeia da comuna, Bachoukorêpoun, situada a poucos quilómetros de distância, matando também seis", continuou o mesmo morador.
Uma fonte de segurança confirmou os dois ataques, citando um "número provisório de 10 vítimas".
"Estão em curso operações (de busca) para restabelecer a paz e tranquilizar as populações" que começaram a abandonar a zona, disse a mesma fonte.
Segundo vários moradores de Dassa, as incursões de membros de grupos suspeitos de serem extremistas islâmicos são frequentes há vários meses, na sequência de uma vasta operação contra os fundamentalistas desencadeada pelas forças de defesa e segurança na vizinha província de Nayala.
Essa movimentação obriga os alegados extremistas a recuar para a província de Sanguie, onde se localiza Dassa.
Na semana passada, o Burkina Faso sofreu uma série de ataques em várias regiões do norte e noroeste do país, que mataram cerca de 30 pessoas, incluindo cerca de 15 Voluntários de Defesa da Pátria (VDP), civis auxiliares do Exército.
O Burkina Faso, particularmente na sua metade norte, é confrontado desde 2015 com crescentes ataques de grupos fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao movimento extremista Estado Islâmico.
Os ataques provocaram milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados, segundo as autoridades.
O capitão Ibrahim Traoré, Presidente transitório resultante do golpe militar de 30 de setembro - o segundo em oito meses - tem como objetivo "recapturar o território ocupado pelas hordas de terroristas", como se refere aos extremistas.
O Burkina Faso foi ajudado durante vários anos na sua luta contra o fundamentalismo islâmico pelas forças especiais francesas, mas as autoridades de transição burquinabês pediram-lhes que deixassem o país, o que sucederá no prazo de um mês.
A decisão é motivada pela "vontade das autoridades da transição e de todos os burquinabês de serem os primeiros atores na reconquista do território", justificou segunda-feira o porta-voz do Governo, Jean-Emmanuel Ouédraogo.
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