Presidente da Croácia critica Ocidente pela entrega de tanques a Kyiv

O presidente da Croácia criticou hoje as nações ocidentais por fornecerem tanques de combate e outras armas à Ucrânia para combater invasão das forças russas, defendendo que a entrega de armamento apenas prolonga a guerra.

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Lusa
30/01/2023 23:07 ‧ 30/01/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Para Zoran Milanovic, é "uma loucura" acreditar que a Rússia pode ser derrotada numa guerra convencional.

"Sou contra o envio de armas letais para [a Ucrânia]. Isso prolonga a guerra", destacou o chefe de Estado croata em declarações aos jornalistas.

"Qual é o objetivo? A desintegração da Rússia, uma mudança de governo? Também se fala em separar a Rússia. Isso é uma loucura", acrescentou.

Milanovic venceu a eleições presidenciais na Croácia em 2019 como um candidato liberal de esquerda, um contraponto ao governo conservador atualmente no poder no país membro da União Europeia (UE) e da NATO.

Desde então, o Presidente croata virou-se o nacionalismo populista e criticou as políticas ocidentais em relação à Rússia e aos Balcãs.

Milanovic ganhou reputação de ser pró-Rússia, embora tenha negado repetidamente. No entanto, nos últimos meses, opôs-se abertamente à adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica ou ao treino de tropas ucranianas na Croácia, como parte da ajuda da UE ao país em guerra.

Após meses de hesitação, os EUA revelaram recentemente que vão enviar 31 dos tanques Abrams às forças ucranianas, enquanto a Alemanha anunciou a entrega de 14 tanques Leopard 2, com Berlim a permitir ainda que outros países façam o mesmo com os equipamentos de fabrico alemão.

"Desde 2014 a 2022 estamos a observar como alguém provoca a Rússia com a intenção de iniciar esta guerra", salientou Milanovic.

"Qual é o objetivo desta guerra? Uma guerra contra uma potência nuclear que está em guerra com outro país? Existe uma forma convencional de derrotar tal país?", realçou o croata, sublinhando ainda que a Europa paga mais o preço em comparação com os Estados Unidos.

O Presidente croata vincou ainda que quase um ano após o início da invasão russa do país vizinho "apenas se fala de tanques", destacando que "durante um ano nem um único tanque norte-americano irá para a Ucrânia" e que "apenas tanques alemães serão enviados" durante esse período.

Embora o cargo de chefe de Estado seja apenas representativo na Croácia, Milanovic é formalmente o comandante supremo das Forças Armadas.

As suas últimas posições críticas para com os aliados ocidentais da Ucrânia irritaram o governo do país, que tem manifestado um apoio total a Kiev.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Militares ucranianos chegam ao Reino Unido para treino nos Challenger 2

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