Burkina Faso. Violência de grupos extremistas fez 32 mortos desde sábado

O número de mortos nos múltiplos ataques atribuídos a extremistas islâmicos no Burkina Faso, desde o fim de semana passado e até hoje, aumentou para 32 indica a Associated Press, que cita fontes governamentais.

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Lusa
31/01/2023 09:54 ‧ 31/01/2023 por Lusa

Mundo

Burkina Faso

Inicialmente, o Exército referiu, em comunicado, que um ataque jiadista fez hoje 13 mortos, entre os quais 10 polícias e dois elementos da milícia Voluntários Pela Pátria que integra as forças militares regulares. 

Entretanto, a Agência de Informação do Estado esclarece que além do ataque de hoje que matou as 13 pessoas em Falangountou, outras 20 pessoas morreram na sequência de várias ações armadas atribuídas a extremistas islâmicos durante o fim de semana passado. 

O maior ataque - que fez 13 mortos - ocorreu em Falangountoun no norte do país, onde se registam com frequência confrontos entre os militares e grupos extremistas islâmicos.

No sábado, quatro pessoas morreram quando homens armados intercetaram o veículo onde seguiam as vítimas, próximo das povoações de Tenkodogo e Ouragaey. 

No domingo, de acordo com o coronel Jean Charles, governador da região de Cascades, um homem armado sequestrou os ocupantes de um autocarro.

Segundo o governador, oito pessoas foram libertadas mas os restantes (16) foram mais tarde "encontrados mortos", tendo sido executados com uma bala na cabeça.

A violência dos extremistas islâmicos ligados à Al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico tem atingido vários países da África Ocidental e da zona do Sahel que atravessa a Gâmbia, Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Argélia, Níger, Nigéria, Camarões, Chade, Sudão, Sudão do Sul e Eritreia. 

Ao longo dos últimos anos, milhares de pessoas morreram na sequência de atividades de extremistas armados registando-se mais de dois milhões de refugiados, muitos dos quais tentam alcançar a Europa cruzando o Mediterrâneo.

 Desde 2015, mais de cinco mil civis foram mortos, de acordo com o organismo Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED).

No Burkina Faso, Ibrahim Traore que assumiu o poder no passado mês de setembro prometeu soluções para combater os grupos extremistas, mas as vagas de violência agravaram-se nos últimos meses. 

Traore mobilizou milhares de civis para o combate aos jiadistas, muitos dos quais estão infiltrados no próprio Exército.

Analistas consultados pela Associated Press referem que as novas milícias integradas nas Forças Armadas são acusadas de matarem civis que acusam, sem provas, de estarem a colaborar com os jiadistas, facto que está a provocar uma série de atos de vingança e de retaliação. 

"As atrocidades que estão a ocorrer eram expectáveis devido ao envolvimento de civis nos combates e ao aumento da 'mobilização' de voluntários. As execuções, sem provas nem julgamentos, têm aumentado nos últimos meses", disse Heni Nsaibia, investigador do ACLED. 

"Com o aumento da violência de Estado não é surpreendente o agravamento dos ataques dos extremistas e atos de retaliação aconteçam", no país, disse Nsaibia.    

Leia Também: Treze mortos em ataque atribuído a extremistas islâmicos no Burkina Faso

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