O governo britânico demonstrou reticências quanto ao envio de caças para a Ucrânia, que Kyiv tem pedido, afirmando que "não seria prático" apoiar com os aviões de combate a defesa contra a Rússia.
À Sky News, o porta-voz do primeiro-ministro, Rishi Sunak, disse que os "Typhoon e F-35 são extremamente sofisticados e demoraria meses a aprender a voar neles, pelo que" o Reino Unido "acredita que não seria prático enviar estes caças para a Ucrânia".
Ainda assim, o gabinete do n.º10 de Downing Street garante que "vão continuar a providenciar e a acelerar o apoio militar à Ucrânia, ouvindo cuidadosamente os seus pedidos".
O Reino Unido garante ainda que "o período de tempo que levaria a usar estas peças de equipamento muito complexas é o fator limitador neste caso".
As declarações do governo britânico surgem depois de, na segunda-feira, o presidente norte-americano, Joe Biden, ter dito que não enviaria os cobiçados caças F-16 para a Ucrânia, apesar dos pedidos assertivos de Volodymyr Zelensky.
Também a Alemanha pôs de lado o envio de caças de combate, tendo sido alvo de muitas críticas e pressão internacional, perante a própria relutância em enviar tanques Leopard-2 (onde acabou por ceder).
Tanto a França como os Países Baixos demonstraram uma maior abertura ao pedido informal de Zelensky, com o líder francês, Emmanuel Macron, a afirmar que há critérios a ter em conta no apoio militar à Ucrânia, nomeadamente que estes materiais sejam usados apenas para o "esforço de resistência" e não para atacar solo russo.
O porta-voz de Rishi Sunak acrescentou que um "braço de ferro prolongado" na Ucrânia apenas beneficiaria a Rússia, pelo que o Reino Unido mantém a vontade em "acelerar" o apoio do país e dos seus aliados.
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