A diplomacia norte-americana censurou Moscovo por ter suspendido as inspeções e anulado as conversações previstas no âmbito deste acordo, sem no entanto acusar o país rival de ter ampliado o seu arsenal nuclear para além dos limites estipulados.
Os Republicanos, com maioria na Câmara de Representantes, pediram ao chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, para indicar até terça-feira uma eventual violação deste tratado pela Rússia.
"A Rússia não respeita a obrigação que lhe impõe o tratado New Start de facilitar as inspeções no seu território", considerou um porta-voz do Departamento de Estado.
Assegurou ainda que o país "dispõe de um caminho traçado para regressar a uma total conformidade".
Moscovo anunciou em 2022 o adiamento de uma reunião prevista para finais de novembro entre russos e norte-americanos sobre as inspeções no âmbito do tratado, acusando Washington de "hostilidade" e "toxicidade".
As relações entre as duas potências nucleares estão no seu nível mais baixo desse o início da guerra da Ucrânia em fevereiro de 2022.
A última reunião desta comissão consultiva remonta a outubro de 2021.
Através de uma carta publicada na semana passada, os chefes de diversas comissões do Congresso norte-americano afirmaram que as ações e declarações da Rússia "colocam no mínimo sérias inquietações quanto à sua conformidade com o New Start".
Este tratado é o último acordo bilateral nesta área que juntou as duas potências.
Logo após a sua eleição em janeiro de 2021, o Presidente norte-americano Joe Biden prolongou-o por cinco anos, até 2026.
Assinado em 2010, limita os arsenais dos dois países a um máximo de 1.550 ogivas na posse de cada uma das partes, uma redução de cerca de 30% em relação ao precedente limite fixado em 2002. Fixa ainda até 800 o número máximo de rampas de lançamento e bombardeiros pesados.
Em paralelo, o vice-ministro da diplomacia russa, Serguei Ribkov assinalou recentemente que na atual situação não existem condições para uma reunião da comissão bilateral sobre o tratado de desarmamento New Start, que expira em 2026.
O responsável russo atribuiu a situação à retórica e ações dos Estados Unidos, o maior fornecedor de armamento à Ucrânia, que também acusou de provocar incessantemente Moscovo.
Washington suspendeu o diálogo sobre o controlo de armamento com Moscovo após o início da "operação militar especial" russa na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Em dezembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, advertiu que o congelamento pelos Estados Unidos do diálogo sobre estabilidade estratégica multiplica os riscos.
Em simultâneo, recordou que o último resultado palpável dos esforços conjuntos da Rússia e Estados Unidos foi o acordo destinado a prolongar, por cinco anos, o tratado de redução de armas estratégicas START até 05 de fevereiro de 2026.
O chefe da diplomacia de Moscovo também frisou que a política dos EUA e da NATO aponta na prática para um conflito armado com a Rússia, representando "uma grave ameaça" com "consequências catastróficas".
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