O texto foi aprovado com 489 votos a favor, 36 contra e 49 abstenções.
A deliberação antecede a cimeira entre a UE e a Ucrânia que vai realizar-se na sexta-feira, em Kiev, capital do país que há quase um ano foi invadido pela Federação Russa.
No mesmo dia em que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está em Kiev acompanhada por um grupo de 15 comissários, os eurodeputados exortam Bruxelas a avançar com a integração da Ucrânia no bloco comunitário.
Bruxelas referiu em várias ocasiões e por diversos interlocutores que a adesão de Kiev está garantida, mas o prazo está a provocar desconforto entre os Estados-membros.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o seu Governo têm apontado 2026 como a data para a adesão estar concluída, mas vários líderes europeus, como o primeiro-ministro português, António Costa, são contra este prazo, por considerarem que não há condições para a concretizar e pelo sinal que pode transmitir a outros países, por exemplo a Turquia, que está há muitos anos a tentar aderir à UE.
A cimeira deverá ser um passo em frente no processo de integração e é expectável que Bruxelas avance em alguns campos para apaziguar o Governo ucraniano, que já chegou a pedir uma clarificação sobre as intenções reais da União Europeia. Entre os sinais que Bruxelas poderá dar estão a integração no Mercado Interno da UE, a integração da Ucrânia no espaço livre de roaming e o reforço de protocolos já existentes.
A Ucrânia enviou o pedido de adesão à Ucrânia no dia 28 de fevereiro do ano passado, quatro dias depois da invasão ter começado.
No diploma hoje aprovado, os eurodeputados também exortam as autoridades ucranianas a prosseguirem com as reformas estruturais necessárias para se aproximarem da União Europeia.
No texto que foi amplamente discutido entre quinta e sexta-feira, os parlamentares europeus pediram à UE para se empenhar no apoio prestado a Kiev, a nível humanitário e financeiro. Durante o debate a questão militar motivou a discórdia, com vários eurodeputados a questionarem se o envio de armamento pesado conduzia à paz ou ao agravamento do conflito.
O eurodeputado eleito pelo PS Pedro Marques exortou o PE a estar "unido e sem divisões" no "apoio a Zelensky e à sua população", enquanto o social-democrata Paulo Rangel apontou baterias ao Governo socialista em Portugal e criticou que "continue a hesitar" em relação ao envio de tanques para o território ucraniano: "Todos temos de fazer um esforço."
Mais consensual foi a porção da deliberação que pede sanções mais pesadas contra Moscovo, para aumentar a pressão sobre o regime de Vladimir Putin, uma estratégia que deverá culminar no décimo pacote de sanções desde o início da guerra.
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