"As crianças estão a enfrentar um risco cada vez maior de contraírem doenças, com o surto de cólera e sarampo a apertar o cerco na Etiópia, aumentando os receios para as crianças vulneráveis que já sofrem de má nutrição", lê-se num comunicado desta ONG.
A epidemia de cólera está a afetar as regiões de Oroma e Somali, com pelo menos 1.055 casos reportados, incluindo 28 mortes, desde setembro do ano passado, acrescenta-se no texto, que salienta que "só no mês passado, mais de 316 casos foram registados nas duas regiões, o que representa um salto de 30% face aos 739 casos no final do ano passado, e há um milhão de pessoas em risco de contraírem a doença nestas duas regiões", avisa a Save the Children.
O surto de sarampo também está a preocupar as autoridades e os ativistas defensores das crianças, já que só na última semana de janeiro foram identificados 357 novos casos desta doença, havendo seis mortes a registar.
"Uma combinação mortífera de grandes faltas de água, má higiene e serviços sanitários, incluindo defecação a céu aberto e falta de opções de tratamento com água, estão a motivar o rápido aumento dos casos de cólera, com a seca severa a exacerbar a situação", alerta a Save the Children, avisando também que a situação vai piorar, na estação seca de janeiro a março, para as mais de 13 milhões de pessoas, incluindo 6,8 milhões de crianças, com falta de acesso a água.
"Na Etiópia, mais de dois terços dos doentes com cólera são crianças. Estamos preocupados porque a maior parte dos pacientes com cólera que morreram são crianças com menos de 14 anos, 25% dos quais com menos de 05 anos. Estamos a pedir mais fundos para garantir comida, água e serviços médicos às comunidades afetadas", disse o diretor nacional da Save the Children para a Etiópia, Xavier Joubert.
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