"O futuro da Ucrânia está na UE", disse Michel, salientando ainda que "a Ucrânia é a UE e a UE é a Ucrânia", numa conferência de imprensa realizada em Kiev e difundida em diferido por razões de segurança, após a 24.ªcimeira UE-Ucrânia.
Na mesma intervenção, o representante garantiu que o futuro do país é "na nossa União Europeia comum".
Michel reiterou ainda a Kiev o apoio europeu no conflito com a Rússia, adiantando que "a UE não será intimidada pelo Kremlin" e se mantém ao lado da Ucrânia nos esforços para acabar com a guerra e "determinada a ajudar o país "a vencer no campo de batalha".
O presidente do Conselho Europeu reiterou ainda, na sua intervenção, que Bruxelas mantém o objetivo de usar os bens congelados à Rússia através de sanções adotadas desde o início da agressao para financiar a reconstrução do país.
We are with Ukraine for the long haul.
— European Commission 🇪🇺 (@EU_Commission) February 3, 2023
We will support Ukrainians every step on their journey to the EU.
Recorded press conference with @ZelenskyyUa, @vonderleyen and @CharlesMichel following the EU-Ukraine Summit.#StandWithUkraine https://t.co/cFYJt5lE9k
Na declaração conjunta adotada no final da reunião, a UE reconhece "os esforços consideráveis que a Ucrânia demonstrou nos últimos meses no sentido de cumprir os objetivos subjacentes ao seu estatuto de candidato à adesão", encorajando o país a prosseguir na via das reformas, apesar das dificuldades, de modo "a cumprir as condições especificadas no parecer da Comissão sobre o seu pedido de adesão, a fim de avançar para uma futura adesão à UE".
Na declaração, Bruxelas salienta a necessidade de se prosseguirem reformas em várias áreas, como a judicial, saudando o progresso feito na luta contra a corrupção e reitera estar "pronta para ajudar ainda mais a Ucrânia nos seus esforços de reforma e na sua concretização".
Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, participaram hoje, em Kiev, na 24.ª cimeira UE-Ucrania, dominada pela invasão russa ao país, iniciada há quase um ano, e pelo processo de adesão ao bloco europeu.
O Conselho Europeu concedeu à Ucrânia o estatuto de país candidato em junho de 2022, meses depois da invasão russa, em 24 de fevereiro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
[Notícia atualizada às 15h24]
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