Caso de balão-espia a sobrevoar EUA é pretexto para "difamar a China"
O Governo chinês disse hoje que o caso de um balão de observação chinês a sobrevoar os Estados Unidos era um pretexto para "difamar a China".
© Reuters
Mundo EUA
"Alguns políticos e meios de comunicação social dos EUA estão a usar o incidente como pretexto para atacar e difamar a China", indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
"A China cumpre sempre estritamente o direito internacional (...) e nunca violou o território e o espaço aéreo de um país soberano", acrescentou.
Sobre o balão, que Pequim admitiu, na sexta-feira, pertencer-lhe, as autoridades chinesas lamentaram e disseram tratar-se de uma intrusão involuntária: "o lado chinês lamenta a entrada involuntária do dirigível no espaço aéreo dos Estados Unidos devido a força maior".
Na quinta-feira, o Pentágono anunciou que tinha detetado um grande aeróstato sobre os EUA, acrescentando não ter dúvidas de que vinha da China e estava a ser utilizado para fins de espionagem. Pequim disse tratar-se de um dirigível civil utilizado principalmente para a investigação meteorológica que se tinha desviado "muito do curso planeado" devido ao vento.
O caso levou ao adiamento da visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à China, supostamente para ultrapassar as tensões entre os dois países em questões como Taiwan, direitos humanos, reivindicações da China na Ásia, Coreia do Norte, guerra russa contra a Ucrânia, política comercial e alterações climáticas.
A visita de Blinken a Pequim, originalmente marcada para domingo e segunda-feira, "foi adiada" e será remarcada quando "as condições estiverem certas", de acordo com um responsável, que pediu para não ser identificado, do Departamento de Estado.
A viagem tinha sido combinada pelos Presidentes chinês, Xi Jinping, e norte-americano, Joe Biden, em novembro do ano passado, quando se reuniram à margem de uma cimeira na Indonésia.
A visita de Blinken não foi formalmente anunciada, mas elementos dos governos em Pequim e Washington falaram nos últimos dias sobre a deslocação.
"De facto, nem a China nem os Estados Unidos tinham [oficialmente] anunciado uma visita", comentou, na mesma nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
"A publicação de informações [relacionadas com esta visita] é uma decisão exclusiva dos Estados Unidos", adiantou.
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