"Dada a posição de liderança global de ambos os países, creio que lhes cabe fazer tudo o que puderem para reduzir as tensões", disse o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, quando questionado sobre este incidente, que levou o secretário de Estado norte-americano, Antony Bliken, a cancelar uma viagem à China.
Dujarric sublinhou que a ONU não tem informações diretas sobre este episódio, mas deixou claro que o secretário-geral da Organização, António Guterres, pretende uma diminuição da tensão entre as duas potências.
A China admitiu na sexta-feira que o balão que sobrevoou os Estados Unidos em grande altitude lhe pertencia, embora inicialmente tenha pedido para não se especular, em resposta às acusações do Pentágono de que o mesmo foi usado para espionagem, incluindo de instalações militares.
Segundo Pequim, tratou-se de um dirigível civil utilizado para fins de investigação, principalmente meteorológica, e que acidentalmente se desviou do curso pretendido.
O Ministério das Relações Exteriores do gigante asiático disse em comunicado "lamentar a entrada não intencional" do balão no espaço aéreo dos Estados Unidos e afirmou que "continuará a comunicar-se" com Washington.
O Governo norte-americano destruiu no fim-de-semana o "balão de espionagem", considerando a sua atividade "uma clara violação" da soberania e do direito internacional, disseram altos funcionários do Departamento de Estado.
Por este motivo, foi adiada a visita de Blinken a Pequim, que se prevê que ocorra "assim que as condições permitirem", segundo as mesmas fontes.
Enquanto isso, Washington manterá as "linhas de comunicação abertas" com Pequim para discutir a sua preocupação com "este incidente".
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