Na Turquia, o registo de vítimas subiu esta segunda-feira à noite para 2.316 mortos, segundo os dados mais recentes fornecidos pela Presidência de Gestão de Emergências e Desastres (AFAD) da Turquia.
Já na Síria, o número de mortos é agora de quase 1.300, de acordo com o Ministério da Saúde e equipes de resgate.
O número de mortos continua a crescer, com um grande número de pessoas a continuarem presas sob os escombros de milhares de edifícios desmoronados, noticiou a agência France-Presse (AFP).
A chuva e a neve, que caíram em abundância em alguns locais, e a esperada descida da temperatura com o anoitecer, dificultam ainda mais o trabalho dos socorristas.
Na Turquia, 7.340 pessoas foram retiradas vivas dos escombros até ao final desta segunda-feira, segundo a AFAD.
Perante as condições, a Organização Mundial da Saúde alertou que espera um número final muito maior.
"Muitas vezes vemos números oito vezes maiores aos números iniciais", realçou à AFP Catherine Smallwood, gestora de emergência do gabinete europeu da OMS.
O tremor de terra ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa) desta segunda-feira, a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas, uma das quais de pelo menos 7,6.
Informações oficiais dão conta do colapso de edifícios nas cidades sírias de Alepo e Hama e em Diyarbakir, na Turquia, neste caso a mais de 300 quilómetros do epicentro.
O sismo desta segunda-feira foi um dos mais fortes em 100 anos, a par do que abalou Erzincan, no leste da Turquia, em 26 de dezembro de 1939, também com magnitude de 7,8. Este terremoto de 1939 deixou mais de 32.000 mortos e provocou um 'tsunami' no Mar Negro, localizado a cerca de 160 quilómetros do epicentro.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou luto nacional de sete dias e, de acordo com o decreto publicado esta segunda-feira pelo Governo, as bandeiras serão colocadas a meia haste até ao pôr do sol de domingo.
O Governo turco anunciou também que, a partir de terça-feira, vai organizar uma retirada controlada das zonas mais devastadas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, instou esta segunda-feira a comunidade internacional a ajudar milhares de famílias atingidas, salientando que "muitas já necessitavam urgentemente de ajuda humanitária".
O representante permanente da Síria nas Nações Unidas pediu esta segunda-feira à comunidade internacional ajuda nos esforços de resgate e humanitários após o terramoto e assegurou que o Governo sírio está "preparado" para coordenar a assistência a "todo o território".
Na Síria, envolvida há mais de uma década numa guerra civil, a área afetada divide-se entre o território controlado pelo Governo de Assad em Damasco e o último enclave do país controlado pela oposição, cercado por forças do Governo apoiadas pela Rússia.
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