"Recuso-me a alinhar com o governo", disse o líder do social-democrata CHP, Kemal Kilicdaroglu, numa mensagem de vídeo, referindo-se aos apelos do partido no poder (AKP) à unidade nacional após o terremoto, que até agora matou mais de 6.900 pessoas na Turquia.
Salientando que o CHP não aceitará os obstáculos burocráticos colocados aos municípios controlados pela oposição para distribuir ajuda, o responsável instou os presidentes de câmara do seu partido a agirem por conta própria.
"Se eles colocarem obstáculos burocráticos, faça de qualquer maneira, não dê ouvidos. Se for preso por encontrar pão e cobertores para o povo, seja preso", disse Kilicdaroglu aos autarcas e autoridades regionais do seu partido.
Segundo o CHP, em alguns distritos atingidos pelo sismo, o AKP intervém na distribuição de ajudas se vierem de municípios controlados pelo CHP, dizendo que não o podem fazer como "ajuda municipal", mas devem fazê-lo como "auxílio estatal".
"Levaremos a ajuda necessária aos lugares onde ela é mais necessária o mais rápido possível. Não estamos mais interessados na política de Saray (o palácio presidencial), nem nas suas atividades de relações públicas, nem nas suas notícias falsas", disse o líder da oposição.
"Deixe-me dizer muito claramente: se há uma pessoa responsável por este processo é Erdogan, é este governo, que não preparou o país para um terramoto durante 20 anos", concluiu Kilicdaroglu, um possível candidato nas eleições presidenciais marcadas para o próximo dia 14 de maio.
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