"Balões chineses foram detetados sobre países dos cinco continentes", em "violação da respetiva soberania", declarou a porta-voz numa conferência de imprensa, alguns dias depois de os Estados Unidos terem abatido uma aeronave não-pilotada chinesa que sobrevoava o seu espaço aéreo - que as autoridades de Pequim disseram ser de origem civil e fazer investigação meteorológica e Washington considera servir para espiar instalações militares sensíveis.
Segundo outro dos porta-vozes da Casa Branca, John Kirby, a China trabalha há anos nesse "programa" de balões para operações de espionagem que já sobrevoaram regiões de todo o mundo.
"Trata-se de um programa em que os chineses estão a trabalhar há vários anos. Tentaram melhorá-lo, expandiram-no e puseram-no em prática, tudo com o objetivo de obter informação confidencial", disse o porta-voz no centro de imprensa estrangeira.
Kirby adiantou que Washington está a falar com os seus aliados de todo o mundo para lhes oferecer informação sobre o alcance desse programa de espionagem chinês e, sem fornecer mais pormenores, indicou que hoje serão revelados novos dados sobre esta matéria.
"Os Estados Unidos não são a única nação que foi afetada por isto. E consideramos que é importante que os nossos parceiros e aliados tenham informação sobre isto", observou.
Os Estados Unidos abateram no sábado um "balão-espião" chinês que andava há dias a sobrevoar várias zonas do país, como o Estado do Montana, no nordeste, onde se situa um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes em território norte-americano.
A China admitiu que o balão lhe pertence, mas disse que se tinha extraviado da rota devido a ventos fortes e que é usado para fins meteorológicos, não para espionagem.
Os Estados Unidos também anunciaram na sexta-feira que tinham detetado outro "balão-espião" sobre a América Latina, o que o governo chinês também admitiu, embora continuando a manter que o dirigível não representava "qualquer ameaça".
Questionado sobre tal balão, Kirby explicou que o governo do presidente Joe Biden determinou que esse dirigível não constituía "uma ameaça militar" para a região, a mesma conclusão que os serviços secretos norte-americanos retiraram sobre o balão chinês que sobrevoou os Estados Unidos.
Os países sobre os quais foi detetado o aparelho foram a Costa Rica, a Colômbia e a Venezuela, segundo diferentes fontes.
A descoberta destes "balões-espiões" desencadeou uma crise diplomática entre Washington e Pequim e motivou a suspensão de uma viagem já agendada do secretário de Estado, Antony Blinken, ao país asiático.
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