O coordenador das operações de emergência das Nações Unidas, Martin Griffiths, disse este sábado que o número de mortes no sismo que, na segunda-feira, atingiu a Turquia e a Síria, poderá duplicar, acrescentando que o terramoto é o "pior evento na região em 100 anos".
Em declarações à Reuters, Martin Griffiths alertou que a Síria terá mais problemas em lidar com as consequências do sismo, devido às dificuldades humanitárias que o país enfrenta na sequência de mais de 10 anos de guerra.
Mas a agência de notícias corrigiu o coordenador da ONU, referindo que este deveria ter dito que é o pior "desastre natural", já que a guerra na Síria, que dura desde 2011, matou mais de meio milhão de pessoas e causou milhões de desalojados.
Ainda sobre a Síria, o diplomata britânico garantiu que a ONU "está ao lado do povo da Síria, seja nos territórios rebeldes, seja nos territórios controlados pelo governo", ficando ainda por coordenar como é que vão chegar os apoios às diferentes zonas.
Numa outra entrevista, à Sky News, Martin Griffiths admitiu que o número de mortes possa ter causado "mais do dobro" dos óbitos que foram registados até agora - sendo que, segundo o último balanço das autoridades nacionais e internacionais, já foram contabilizados mais de 25 mil mortos, embora se acredite que milhares continuam presos nos escombros.
"É difícil estimar com exatidão, mas estou convencido de que será o dobro, ou mais", apontou o subsecretário-geral da ONU para questões humanitárias e de emergência.
Griffiths também elogiou o trabalho das forças de resgate turcas que, vários dias depois, continuam a socorrer as vítimas e a encontrar pessoas vivas.
De recordar que, na passada segunda-feira, um sismo de 7,8 na escala de Richter abalou uma grande área no sul da Turquia e no noroeste da Síria (precisamente na zona que tem sido afetada pela guerra). O evento ocorreu durante a madrugada, quando uma grande maioria da população se encontrava dentro de casa, a dormir. Mais tarde, uma forte réplica de 7,5 voltou a fazer tremer a região.
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