Os membros do grupo rebelde Frente para a Mudança e a Concórdia no Chade (FACT, na sigla em francês) são acusados da morte de Déby, que foi baleado enquanto estava na frente de batalha no norte do pais.
O Tribunal de Recurso de N´Djamena iniciou o julgamento com base numa lei aprovada em março de 2021 que criou um tribunal especializado para lidar com atos de terrorismo, noticiou o portal de notícias chadiano Alwihda.
A Procuradoria-Geral do Chade sustentou durante a audiência que "o país foi vítima de um ataque injusto do grupo rebelde" que levou ao "assassínio de numerosos cidadãos chadianos, incluindo o Presidente da República, o marechal Idriss Déby".
Dias antes de morrer na frente de combate, a comissão eleitoral tinha confirmado a vitória do Presidente nas eleições realizadas em 11 de abril de 2021.
Os arguidos, acusados de terrorismo, homicídio, recrutamento de crianças-soldado, e de minar a segurança do Estado, são alegados membros da FACT, uma coligação rebelde que lançou uma ofensiva militar a partir das suas bases na Líbia em abril de 2021.
Idriss Déby, que chegou ao poder em 1990 através de um golpe de Estado contra o ditador Hissène Habré, ganhou todas as eleições e alterou a Constituição duas vezes para poder continuar a concorrer ao cargo, incluindo em 2005 para acabar com o limite de dois mandatos, reimposto em 2018, sem o afetar.
O Chade tem estado, desde a morte do ex-presidente, sob a liderança de uma junta militar com um Conselho Nacional de Transição liderado pelo seu filho, Déby Itno, de 38 anos, que anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o Parlamento.
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