Sunak agradece a Nicola Sturgeon pelos seus anos de serviço na Escócia
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, agradeceu hoje a Nicola Sturgeon pelos seus anos de serviço à frente do governo da Escócia, depois de a dirigente escocesa ter anunciado a sua renúncia em Edimburgo.
© Reuters
Mundo Reino Unido
"Os meus agradecimentos a Nicola Sturgeon pelo seu longo tempo de serviço. Desejo-lhe o melhor nos seus próximos passos. Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com o governo escocês, num esforço conjunto para atender as necessidades das pessoas por toda a Escócia", afirmou o chefe de Governo do Reino Unido na rede social Twitter.
A primeira-ministra escocesa demissionária, Nicola Sturgeon, defendeu hoje que é a hora certa de deixar o Governo, afirmando ter amadurecido a sua decisão e já não ter energia para permanecer no cargo.
"Na minha cabeça e no meu coração, eu sei que chegou a hora, que é a hora certa para mim, para o meu partido e para o país", disse hoje Nicola Sturgeon, visivelmente emocionada, por vezes à beira das lágrimas, durante uma conferência de imprensa.
"Este trabalho é um privilégio, mas também muito difícil", acrescentou.
"Sou um ser humano (...). Eu poderia permanecer mais alguns meses, talvez seis meses, um ano. Mas com o tempo, eu teria cada vez menos energia para o meu trabalho e só o consigo fazer a 100 por cento, é o que o país merece", sublinhou.
A dirigente declarou ter amadurecido a sua decisão há muito tempo, citando também mudanças na família, a dificuldade de poder "tomar um café com uma amiga, ou sair, sozinha, para passear".
A sua saída, sem um sucessor aparente, é um golpe na causa da independência da Escócia, luta em que foi figura indiscutível, determinada e apreciada pelo público.
"Claro que há questões difíceis a confrontar agora o governo, mas quando é que isso não acontece?", referiu ainda Nicola Sturgeon.
Em janeiro, o Governo britânico vetou um projeto-lei que visava facilitar o processo de mudança de género a partir dos 16 anos na Escócia, defendendo a decisão com a "garantia de segurança de mulheres e crianças".
A primeira-ministra da Escócia e líder do Partido Nacional Escocês (SNP, sigla em inglês) considerou esta decisão do Governo do Reino Unido como um "ataque frontal" à autonomia do parlamento escocês.
De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), a decisão de renúncia de Nicola Sturgeon apanhou os analistas políticos de surpresa, apesar da controvérsia em curso sobre a questão da mudança de género.
Sturgeon prometeu levar o Governo britânico aos tribunais por ter bloqueado a lei e argumentou que o Governo conservador do Reino Unido estava a cometer um "erro profundo" ao vetar o Projeto de Lei de Reforma de Reconhecimento de Género.
Aclamado como um marco por ativistas dos direitos dos transgéneros, o projeto de lei permitiria que pessoas com 16 anos ou mais na Escócia mudassem o género nos seus documentos de identidade por autodeclaração, eliminando a necessidade de um diagnóstico médico de disforia de género.
Além disso, alguns membros do SNP criticaram Sturgeon ao dizerem que a primeira-ministra faria da próxima eleição para o parlamento escocês um referendo de facto sobre a independência da Escócia.
Sturgeon, de 52 anos, lidera a Escócia desde 2014, ano em que os escoceses também votaram, por uma margem estreita, pela permanência no Reino Unido.
Embora o referendo tenha sido anunciado como uma decisão única sobre a independência, Sturgeon e o seu partido pressionaram por uma nova votação, argumentando que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) havia mudado as regras básicas. O Governo do Reino Unido recusou-se a permitir um segundo referendo.
A Escócia faz parte do Reino Unido, mas, como o País de Gales e a Irlanda do Norte, tem seu próprio Governo semiautónomo com amplos poderes sobre áreas como a saúde.
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