O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão Nacional das Primárias (CNP), o advogado Jesus Maria Casal, durante uma conferência de imprensa em Caracas.
O presidente da CNP explicou que "estes anúncios não podiam esperar mais" e que "as consultas com atores políticos, analistas, sindicatos, ONGs, representantes diplomáticos e eclesiásticos definiram o mandato" daquela comissão.
Disse ainda que há "um imenso apoio da sociedade venezuelana às primárias como mecanismo para eleger um candidato unitário" opositor e um crescente interesse da população de participar neste processo.
"O consenso são as (eleições) primárias (...) o voto, um instrumento de mudança, soberania e liberdade", frisou.
Por outro lado, precisou que a CNP está à espera de resposta do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela sobre o pedido de apoio técnico ao processo, sublinhando que é importante contar com os centros eleitorais venezuelanos.
No entanto, explicou que "se não for possível ter os centros de votação disponíveis" a oposição irá a umas eleições primárias "completamente auto-organizadas".
Na conferência de imprensa estiveram presentes representantes, dirigentes e militantes de vários partidos políticos opositores, incluindo Ação Democrática, Vontade Popular, Primeiro Justiça, Encontro Cidadão, Um Novo Tempo, Força de Vizinhança, Causa R (Radical), Futuro e Concertação Cidadã.
Também representantes do corpo diplomático acreditado no país e da sociedade civil marcaram presença, ao lado de conhecidos opositores, entre eles Juan Guaidó, Juan Paulo Guanipa, Delsa Solórzano, César Pérez Vivas e Henri Falcón.
Sobre o cronograma do processo, explicou que entre 28 de fevereiro e 19 de março terá lugar a ajuramentação das juntas regionais das primárias, até 21 de abril vão ser enviados os convites aos observadores e até 24 de abril serão divulgados os regulamentos.
O período de apresentação de candidaturas decorrerá entre 24 de maio e 23 de junho e a campanha eleitoral entre 22 de agosto e 20 de outubro.
Por outro lado, Jesus Maria Casal enfatizou que os dirigentes políticos que estão "inabilitados" (impedidos legalmente de exercer cargos políticos e públicos) "podem candidatar-se às eleições primárias, porque essas medidas (inabilitação) foram arbitrariamente impostas".
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