O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, deu uma entrevista à Agência France-Presse, publicada esta quinta-feira, onde fez um balanço deste ano de guerra na Ucrânia e, além disso, desvendou que, na véspera do dia 24 de fevereiro, foi dormir sabendo que a invasão poderia estar por momentos.
"Fui para a cama. Mas foi uma noite muito curta, porque sabia que, em algum momento, daí a algumas horas, alguém me iria acordar - e foi exatamente isso que aconteceu", disse.
Stoltenberg adiantou ainda que, "pelas quatro horas [da manhã]", foi "chamado pelo chefe de gabinete". "Disse-me apenas brevemente que 'eles começaram', o que significa que a invasão tinha começado. Não foi uma surpresa, porque nós sabíamos".
Agora, quando se está quase a cumprir um ano desde o início da guerra, o secretário-geral da Aliança Atlântica alertou para o facto de que a NATO deve estar preparada para uma nova era de confrontação com a Rússia que pode arrastar-se por "muitos, muitos, muitos, muitos anos".
"O presidente Putin quer uma Europa diferente, quer uma Europa onde ele possa controlar os vizinhos, onde ele possa decidir o que os países podem fazer", salientou Stoltenberg à AFP, acrescentando: "Precisamos estar preparados para o longo prazo".
"Vimos a queda do Muro de Berlim ou vimos o 11 de Setembro", recordou ainda, vincando que a NATO "sempre procurou onde existem oportunidades para construir uma melhor relação", mas, "com o atual comportamento do regime russo, não há hipóteses".
#UPDATE NATO Secretary General Jens Stoltenberg has told @AFP that he went to sleep on the eve of February 24, 2022 knowing full well the carnage that would be unleashed within hours.https://t.co/DUWRlDKlhB
— AFP News Agency (@AFP) February 16, 2023
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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