Stoltenberg e a véspera da guerra: "Não foi surpresa, porque sabíamos"

"Fui para a cama. Mas foi uma noite muito curta, porque eu sabia que, em algum momento, daí a algumas horas, alguém me iria acordar - e foi exatamente isso que aconteceu", disse o secretário-geral da NATO em entrevista à AFP.

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Notícias ao Minuto
16/02/2023 18:42 ‧ 16/02/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Jens Stoltenberg

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, deu uma entrevista à Agência France-Presse, publicada esta quinta-feira, onde fez um balanço deste ano de guerra na Ucrânia e, além disso, desvendou que, na véspera do dia 24 de fevereiro, foi dormir sabendo que a invasão poderia estar por momentos. 

"Fui para a cama. Mas foi uma noite muito curta, porque sabia que, em algum momento, daí a algumas horas, alguém me iria acordar - e foi exatamente isso que aconteceu", disse. 

Stoltenberg adiantou ainda que, "pelas quatro horas [da manhã]", foi "chamado pelo chefe de gabinete". "Disse-me apenas brevemente que 'eles começaram', o que significa que a invasão tinha começado. Não foi uma surpresa, porque nós sabíamos".

Agora, quando se está quase a cumprir um ano desde o início da guerra, o secretário-geral da Aliança Atlântica alertou para o facto de que a NATO deve estar preparada para uma nova era de confrontação com a Rússia que pode arrastar-se por "muitos, muitos, muitos, muitos anos".

"O presidente Putin quer uma Europa diferente, quer uma Europa onde ele possa controlar os vizinhos, onde ele possa decidir o que os países podem fazer", salientou Stoltenberg à AFP, acrescentando: "Precisamos estar preparados para o longo prazo". 

"Vimos a queda do Muro de Berlim ou vimos o 11 de Setembro", recordou ainda, vincando que a NATO "sempre procurou onde existem oportunidades para construir uma melhor relação", mas, "com o atual comportamento do regime russo, não há hipóteses"

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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