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Ucrânia. OMS estima que 1/3 da população tenha problemas de saúde mental

Cerca de 10 milhões de ucranianos, quase um terço da população que permaneceu na Ucrânia após a invasão da Rússia, sofrem de problemas mentais e "quatro milhões apresentam sintomas moderados e severos", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ucrânia. OMS estima que 1/3 da população tenha problemas de saúde mental
Notícias ao Minuto

12:08 - 17/02/23 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

"No meu encontro de ontem (quinta-feira) com a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, ela contou-me que todos (os cidadãos) se transformaram em psicólogos", comentou o diretor europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, numa conferência de imprensa em Zhitomir, Ucrânia.

A OMS pediu para este ano 240 milhões de dólares para o financiamento das operações humanitárias relacionadas com a guerra (160 milhões para o território ucraniano e 80 milhões de dólares para os países que recebem refugiados ucranianos).

Com esta campanha, a OMS espera prestar assistência humanitária a 13,8 milhões de pessoas, face aos 8,5 milhões de pessoas a quem chegou este tipo de ajuda em 2022. 

O responsável da OMS, que realiza a quinta visita à Ucrânia desde o início da última invasão da Rússia, em fevereiro do ano passado, sublinhou que a atenção "sobre a situação mental e psico-social" é uma das prioridades da organização, assim como os programas de reabilitação para feridos de guerra ou vítimas de ataques armados. 

O diretor europeu da OMS nota que "apesar da fadiga, do 'stress' e do esgotamento dos trabalhadores sanitários, o sistema de saúde continua de pé". 

Os dados fornecidos por Kluge sobre saúde mental durante a conferência de imprensa realizada hoje por meios remotos e citados pela agência espanhola EFE ainda não se encontram referidos no portal da OMS cujo último relatório sobre a Ucrânia data do dia 15 de fevereiro.

Por outro lado, o representante da OMS na Ucrânia, Jarno Habicht, acrescentou a partir de Poltava, onde se encontra, que o sistema de saúde "em geral" funciona bem, apesar de "maiores dificuldades" nas zonas recuperadas pelas forças ucranianas, como em regiões perto de Kiev ou Kharkiv.  

Os responsáveis da OMS referem que a Rússia atacou quase 800 instalações sanitárias referindo que se tratam "de ações que segundo a lei internacional constituem crimes de guerra", apesar de, segundo Habicht, "20 por cento das infraestruturas terem sido reconstruídas".

As declarações dos dois representantes da OMS foram acompanhadas pela agência de notícias espanhola EFE através de meios remotos. 

Jarno Habicht disse ainda que desde outubro do ano passada as falhas nas infraestruturas elétricas dificultaram "em algumas ocasiões" os cuidados de saúde que foram interrompidos, "por vezes", durante várias semanas em algumas localidades da Ucrânia. 

Kluge indica que atualmente uma das grandes preocupações é a dificuldade no acesso dos cidadãos ucranianos "a tratamentos ordinários" devido a problemas económicos e logísticos.  

"As nossas pesquisas apontam que uma em cada dez pessoas tem problemas no acesso a medicamentos, por falta de abastecimento ou porque as farmácias mais perto foram destruídas ou ficaram danificadas. Um terço das pessoas reconhece que não pode pagar (os medicamentos)", assinalou Kluge. 

O responsável europeu da OMS não forneceu dados sobre os efeitos do conflito na incidência em doenças infecciosas na Ucrânia mas recordou que havia problemas anteriores.

"Já antes da guerra eram preocupantes os níveis de tuberculose e VIH-Sida. Sem dúvida que o conflito não melhorou a situação", afirmou.

Nos últimos meses a OMS ajudou no estabelecimento de centros de controlo da tuberculose e VIH a nível regional com a finalidade de rastreio da incidência destas doenças.   

A guerra afetou também as campanhas de vacinação já que após a invasão da Rússia apenas 11% das doses da vacina contra o SARS CoV-2 (quatro milhões de um total de 35 milhões) chegaram à Ucrânia.

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