"Sabemos que não há ameaça militar iminente à Moldova", disse Maia Sandu, durante a Conferência de Segurança de Munique, que começou na sexta-feira na Alemanha e irá decorrer até domingo.
Num painel em que também participavam o Presidente da Finlândia, a primeira-ministra da Dinamarca e o secretário-geral da NATO, a Presidente da Moldova afirmou que a guerra na Ucrânia mantém, por enquanto, o país seguro, mas sustentou que a Rússia já está a travar "uma guerra híbrida contra a Moldova".
A chefe de Estado considerou também que o "maior problema" que se coloca atualmente ao país e a toda a região é a "vigilância e defesa aérea" e apelou a uma assistência urgente, nomeadamente a necessidade de receber ajuda contra a desinformação russa.
"Precisamos de apoio para desenvolver as nossas capacidades de inteligência estratégica para lidar com ameaças cibernéticas. Precisamos de apoio para modernizar a nossa segurança e controlo de fronteiras (...) e acho que precisamos de trabalhar juntos e ser mais eficientes ao lidar com a propaganda russa. É extremamente difícil para nós lidarmos com esse problema sozinhos", disse Maia Sandu.
A chefe de Estado moldava sustentou igualmente que é preciso "ter abordagens comuns para combater a desinformação e a propaganda pró-guerra".
Neste contexto, reconheceu que, neste momento, o país não pensa pedir a adesão à NATO.
"Hoje não há apoio popular para isso", afirmou, culpando a "propaganda russa".
Como exemplo, referiu que uma das linhas da propaganda russa é defender que a neutralidade da Moldova "significa que o país não deve fortalecer o setor da defesa, o que não faz sentido", mas "infelizmente, há muitas pessoas no país que estão com medo da guerra e engole esse tipo de propaganda".
Por esta razão, Maia Sandu referiu que agora não é o momento de mudar a política de neutralidade do país, mas "sem dúvida, a Moldova deve ser ajudada a fortalecer o setor da defesa" e "deve fazer parte da nova arquitetura de segurança europeia".
Já a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, considerou que os países europeus podem apoiar a Moldova com medidas económicas concretas, como o combate à inflação e sobretudo ajudar no desenvolvimento económico do país.
"Podemos fazer algo quando se trata de proteger a Moldova. Mas, ao mesmo tempo, temos que ajudar o desenvolvimento da Moldova para garantir que a população apoie a perspetiva europeia, tanto em termos da NATO quanto da União Europeia", afirmou.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, manifestou-se a favor de "apoiar a Moldova o mais rapidamente possível", tendo em conta que é um país "vulnerável" às agressões russas e convidou os aliados a agirem neste sentido.
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