"Triste aniversário". Papa pede início das negociações de paz na Ucrânia
Francisco renovou o pedido para um cessar-fogo, dias antes de se assinalar um ano desde o início da "absurda e cruel" guerra na Ucrânia.
© ANDREAS SOLARO/AFP via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O Papa Francisco apelou, esta quarta-feira, ao cessar-fogo e início das negociações de paz na Ucrânia, há quase um ano em conflito.
Durante sua Audiência Geral no Vaticano, na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, o Papa disse que os seus pensamentos vão novamente para o povo ucraniano.
"Queridos irmãos e irmãs, depois de amanhã, 24 de fevereiro, fará um ano desde a invasão da Ucrânia", afirmou. "Um ano desde o início desta guerra absurda e cruel, um triste aniversário."
"O número de mortos, feridos, refugiados, isolados, destruições, danos económicos e sociais falam por si", continuou o Sumo Pontífice. "Que o Senhor perdoe todos esses crimes e toda essa violência: Ele é o Deus da paz".
"Fiquemos perto do atormentado povo ucraniano", acrescentou, questionando se foi feito tudo o que é possível para parar a guerra, chegar a um cessar-fogo e iniciar as negociações de paz.
O que quer que seja construído sobre escombros nunca pode ser uma verdadeira vitória."
Neste momento, Francisco lançou o seu apelo por um cessar-fogo e pelo início das negociações de paz, diante de várias centenas de pessoas, incluindo um grupo de deputados ucranianos, na sala Paulo VI do Vaticano.
Desde o início da guerra, o Papa tem feito inúmeros apelos pela paz e pelo fim da violência que ceifou inúmeras vidas e feriu dezenas de outras pessoas.
O Papa Francisco sempre expressou a disponibilidade da Santa Sé para ajudar nos esforços de pacificação e o seu interesse em visitar os dois países.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas (ONU), que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU apresentou como confirmados, desde o início da guerra, 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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