Cisjordânia. Nablus paralisada por greve contra ataque israelita
A greve que está a ser hoje cumprida por instituições, lojas, escolas, bancos e estabelecimentos de todos os tipos paralisou a Cisjordânia ocupada, num protesto contra o ataque israelita de quarta-feira, que provocou 11 mortos.
© MOHAMMED ABED/AFP via Getty Images
Mundo Cisjordânia
A greve, convocada pelas várias fações palestinianas, "visa condenar o massacre cometido pelas forças de ocupação israelitas" na cidade de Nablus, informou a agência oficial de notícias palestiniana Wafa.
Segundo a mesma fonte, a greve geral "paralisou todas as áreas da vida", já que "escolas, universidades, bancos e comércio estão fechados", assim como os transportes públicos, num gesto de luto pelos mortos de quarta-feira naquela cidade do norte da Cisjordânia.
O ataque já foi considerado como o mais mortífero na Cisjordânia desde pelo menos 2005, tendo superado, em número de mortos, o de 26 de janeiro em Jenin, também no norte da Cisjordânia, em que 10 palestinianos foram mortos.
O exército israelita afirmou, na quarta-feira em comunicado, ter realizado uma "operação antiterrorista" em Nablus, durante a qual abateu "três suspeitos que estavam envolvidos em ataques armados [na Cisjordânia] e planeavam ataques para o futuro imediato".
A operação foi criticada pela ONU, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, tendo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exigido "o fim" da construção "ilegal" de colonatos israelitas nos territórios ocupados palestinianos e condenado o "terrorismo", num período de aumento da violência na Cisjordânia.
Por seu lado, a União Europeia, pela voz do chefe da diplomacia, Josep Borrrell, e os Estados Unidos mostraram-se "profundamente alarmados e preocupados" com a operação militar israelita na cidade de Nablus.
A paralisação das atividades laborais, educacionais e institucionais após a morte de palestinianos em incidentes com Israel é comum na Cisjordânia, como expressão de luto por aqueles que são considerados "mártires".
Entre os mortos no ataque de quarta-feira, conta-se um menor de 16 anos, dois homens de 61 e 66 anos e um homem de 72 anos.
Grupos armados locais -- classificados como "terroristas" por Israel - reivindicaram seis dos mortos como sendo seus membros.
Nablus é um dos principais centros da resistência armada palestiniana e, no ano passado, viu serem reforçadas milícias formadas localmente para atacar alvos israelitas na área, onde a Autoridade Nacional Palestina perdeu parcialmente o controlo.
Juntamente com a cidade de Jenin, Nablus é um grande foco de tensão com as forças israelitas. Nas duas cidades, as incursões militares de Israel são quase constantes e causam mortes - tanto de militantes como de civis - há cerca de um ano.
Estes incidentes alimentam muito, segundo os analistas locais citados pela agência espanhol de notícias Efe, o ciclo de violência que existe na região desde 2022, sendo que, nos dois primeiros meses deste ano, já morreram 61 palestinianos.
Segundo o Ministério da Saúde palestiniano, este é o maior número de mortos registado em dois meses desde o ano 2000.
Israel assumiu o controlo da Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, naquela que é uma das mais longas ocupações militares da história recente.
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