"As conversações para um acordo comum do G20 estão a tornar-se mais difíceis do que em reuniões anteriores, porque à medida que a guerra continua, algumas destas posições estão talvez a ser menos construtivas nestas questões", disse Calviño em Bangalore, Índia, citada pela agência espanhola Europa Press.
A vice-presidente do Governo e ministra dos Assuntos Económicos não identificou que país ou países estão a impedir a aprovação do comunicado conjunto, mas fontes concordantes disseram à agência francesa AFP que se trata da China.
Uma das fontes, que falou à AFP na condição de não ser identificada, disse que "a China não quer condenar a guerra" da Rússia contra a Ucrânia.
Outras fontes disseram que a China quer atenuar a linguagem sobre a Ucrânia.
Os ministros das finanças e os governadores dos bancos centrais das maiores economias do mundo realizam hoje a sua última reunião antes de apresentarem o acordo adotado em Bangalore, no sul da Índia.
O G20 é presidido atualmente pela Índia, que sucedeu à Indonésia na liderança rotativa do grupo.
Em novembro, durante uma cimeira do G20 na ilha indonésia de Bali, a declaração final referia que "a maior parte dos [países] membros condenou com firmeza a guerra" contra a Ucrânia.
O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, disse na sexta-feira que qualquer formulação mais moderada na Índia seria "inaceitável para a Alemanha".
Lindner foi apoiado nesta posição pelo seu homólogo francês, Bruno Le Maire.
"Vamos opor-nos a qualquer recuo no comunicado conjunto, em comparação com a declaração feita em Bali sobre a guerra na Ucrânia", disse Le Maire, citado pela AFP.
A China nunca apoiou ou criticou publicamente a ofensiva russa, mas expressou repetidamente o seu apoio a Moscovo face às sanções ocidentais.
A Índia, que preside atualmente ao G20 e tem laços de longa data com a Rússia, não condenou a intervenção militar de Moscovo.
Sobre a reunião, Calviño disse à Europa Press que existe um amplo consenso de que a gestão e o alívio da dívida pode ser um instrumento importante para prestar apoio financeiro aos países mais vulneráveis.
A ministra espanhola manifestou a sua esperança de que a guerra na Ucrânia "termine o mais depressa possível para que a economia mundial possa regressar ao caminho de uma forte recuperação ou de um forte crescimento" em que estava após a pandemia de covid-19.
A guerra contra a Ucrânia é "o principal elemento de incerteza e preocupação a nível mundial, com uma longa duração e um amplo impacto em todo o mundo", afirmou.
O G20 inclui também países como Rússia, Estados Unidos, Japão, África do Sul, Brasil, Turquia, Itália, Reino Unido ou Austrália.
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