Após meses de luta pela cidade de Bakhmut e de sugestões de retirada repudiadas pelas tropas ucranianas, um conselheiro presidencial de Volodymyr Zelensky veio agora deixar no ar que os ucranianos poderão mesmo abandonar Bakhmut por opção estratégica.
Em entrevista à CNN Internacional, o conselheiro económico Alexander Rodnyansky disse que o exército ucraniano está "obviamente a pesar todas as opções", mas esclareceu que "se for necessário, poderá retirar estrategicamente".
"Não vamos sacrificar todo o nosso povo por nada", acrescentou.
Rodnyansky referiu ainda, na entrevista citada pela Associated Press, que a Rússia está a empregar todos os seus melhores recursos em Bakhmut, considerando a tomada da localidade essencial para as suas aspirações territoriais no leste do país. Essa mobilização em massa em torno de Bakhmut passa pela utilização das forças do Grupo Wagner, o grupo paramilitar liderado pelo oligarca Yevgeny Prigozhin e que se tornou muito mais público com o prolongar do conflito.
O conselheiro de Zelensky não deixou de vincar, no entanto, a importância de Bakhmut, até por ser um dos principais focos de resistência ucraniana face à invasão russa e aos bombardeamentos constantes, que deixaram a cidade com poucas paredes ainda em pé.
Esta quarta-feira, os russos, através de Prigozhin, adiantaram que ainda não há sinais de uma retirada ucraniana em Bakhmut, apesar de, em tempos, ter dado como certo que Kyiv estava a abandonar aquela região.
"Dezenas de milhares de combatentes do exército ucraniano estão a oferecer resistência furiosa", disse o oligarca próximo de Putin, referindo que "o sangue da batalha está a crescer a cada dia".
Nos seus últimos discursos noturnos, Volodymyr Zelensky tem referido também que a luta pela cidade tem sido muito difícil, com várias baixas dos dois lados da guerra e com os incessantes ataques aéreos russos.
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