As autoridades ucranianas não acreditam que os russos sejam capazes de criar uma nova frente de combate na Moldova, de modo a tentar ocupar a região separatista pró-russa da Transnístria.
Segundo uma porta-voz do Comando Operacional do Sul ucraniano, citada pela Sky News, as forças russas não têm capacidade para transportar um grande número de tropas para a Transnístria, já que teriam de atravessar o espaço aéreo ucraniano ou fronteiras da NATO.
"As forças russas que estão lá concentradas no território da Transnístria estarão, provavelmente, a olhar com profunda surpresa para os relatórios que estão a ser espalhados pela propaganda russa sobre o seu poder bélico", disse Natalia Humeniuk.
Recentemente, o ministério da Defesa russo tem afirmado que a Ucrânia está a preparar-se para atacar a Transnístria utilizando disfarces russos, uma operação de 'bandeira falsa' que já foi denunciada pelas entidades internacionais como uma tática de propaganda.
Humeniuk garantiu ainda que as forças fronteiriças ucranianas na Transnístria são suficientemente fortes e "adequadas à ameaça que é hipoteticamente possível se eles [Rússia] fizer essa manobra desesperada"
A Transnístria é uma faixa de território entre a Moldova e a Ucrânia que é historicamente contestada entre russos e moldavos, dada a forte presença de russófonos na região. A zona proclamou-se separatista com o apoio do Kremlin, mas a jogada não foi reconhecida pelo governo moldavo nem pela comunidade internacional.
A alegada soberania da Transnístria provocou mesmo uma guerra civil em 1991, após a dissolução da União Soviética, entre separatistas pró-russos e o governo moldavo. A guerra nunca teve um vencedor e, até hoje, estão mobilizadas 1.500 tropas russas como um garante para a paz no pequeno território.
Recentemente, dada a sua proximidade com a Ucrânia, a Moldova tem afirmado que os russos estão a preparar-se para aumentar a sua presença militar e fomentar um golpe de Estado, com as manifestações pró-russas e anti-aproximação à União Europeia a servirem como um prenúncio para as intenções do Kremlin.
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