Redes sociais são também "campo de batalha" no conflito com Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, considerou hoje as redes sociais como "um campo de batalha à parte" no conflito com a Rússia, destacando o papel destas plataformas para ganhar apoio internacional.

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Lusa
02/03/2023 17:49 ‧ 02/03/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

 

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"Tanto as pessoas como os políticos, estamos todos nas redes sociais. E é por isso que as redes sociais são tão importantes. As redes sociais são um campo de batalha à parte", disse Kuleba durante a Cimeira Global de Soft Power 2023, hoje realizada em Londres, na qual participou por videoconferência.

O ministro disse que Kiev aprendeu desde a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia em 2014 que precisava de estabelecer uma "narrativa fundamental de que a Ucrânia pode ganhar e vai ganhar" para manter o apoio internacional.

"Este é o maior desafio que temos de enfrentar, para que o apoio não fique dependente do estado das coisas na linha da frente", vincou, insistindo que "é preciso levar as redes sociais a sério".

O chefe da diplomacia ucraniana também reconheceu que tem sido complicado ganhar o apoio de países africanos e asiáticos, apesar do esforço de Kiev nesse sentido.

Apesar da noção mais ou menos generalizada de que "o hemisfério sul é contra a Ucrânia, está a favor da Rússia ou está hesitante", Kuleba considerou que a posição varia entre países.

"É muito mais matizado porque cada país é, até certo ponto, uma ilha. Todos os países são especiais e é preciso olhar profundamente para esse país para compreender a população", explicou.

O ministro ucraniano fez um périplo em outubro passado por vários países africanos, nomeadamente Quénia, Senegal, Costa do Marfim e o Gana, o qual teve de encurtar devido ao escalar do conflito que já dura há um ano.

Já em novembro, Dmytro Kuleba participou na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN na sigla inglesa), no Camboja. 

"É preciso falar com eles. Quanto mais se fala, mais familiarizados ficam com a questão", explicou, mencionando a utilização de uma abordagem que consiste em desafiar os países a colocarem-se no lugar da Ucrânia quando se fala em negociar para acabar com a guerra.   

"Até agora, não encontrei ninguém que concordasse em ceder território ao vizinho", contou.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou em fevereiro com uma esmagadora maioria de 141 votos uma resolução que exige a "retirada imediata" das tropas russas da Ucrânia e pede "uma paz abrangente, justa e duradoura", mas alguns países africanos e asiáticos não apoiaram a iniciativa.

Contra o texto votaram a Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte, Eritreia, Mali e Nicarágua e abstiveram-se, entre outros, China, Índia, Angola, Moçambique, Cuba, África do Sul, Republica Centro Africana, Guiné Conacri, Vietname ou Gabão.

O Índice Global Soft Power 2023 publicado hoje mostra que a reputação mundial da Rússia caiu dramaticamente no último ano devido à invasão militar da Ucrânia, enquanto o conflito aumentou significativamente a influência de Kiev. 

De acordo com o estudo anual, a Rússia desceu quatro lugares, de 9.º para 13.º lugar, penalizada pela deterioração da reputação resultante da invasão militar, enquanto a Ucrânia saltou de 51.º para 37.º lugar na classificação geral.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: AO MINUTO: "Acabem com a guerra"; 2 civis mortos em Bryansk, diz Rússia

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