O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteve reunido, esta segunda-feira, com membros do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia para um balanço da linha da frente do conflito. O chefe de Estado revelou que Kyiv vai continuar e fortalecer a posição de defesa em Bakhmut, onde se desenrolam os combates mais intensos da guerra, numa altura em que se especulava sobre uma eventual retirada das tropas ucranianas.
Segundo um comunicado divulgado no site oficial da presidência da Ucrânia, "os comandantes dos grupos operacionais e estratégicos de tropas relataram a situação nas principais direções da linha de frente", olhando para a situação em Bakhmut com "particular detalhe".
"Avaliando o curso da operação de defesa, o Presidente perguntou ao Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valerii Zaluzhny, e ao Comandante do grupo operacional e estratégico de tropas de Khortytsia, Oleksandr Syrskyi, sobre novas ações na direção de Bakhmut. Estes falaram a favor de continuar a operação de defesa e fortalecer ainda mais nossas posições em Bakhmut", lê-se.
Na reunião, foi ainda discutido "o fornecimento de armas e equipamentos e a sua distribuição às direções operacionais".
De acordo com a mesma nota, a reunião contou também com a presença do chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, do chefe da inteligência ucraniana, Kyrylo Budanov, do primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, do secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiy Danilov e comandantes de tropas e direções operacionais.
Recorde-se que a Rússia está há vários meses a tentar conquistar Bakhmut, no leste da Ucrânia. A cidade tornou-se num símbolo da luta pelo controlo da região industrial do Donbass, formada pelas autoproclamadas repúblicas independentes de Lugansk e de Donetsk.
Segundo Moscovo, a cidade está cercada por combatentes contratados pelo Grupo Wagner, sendo a maior parte reclusos que se encontravam no sistema prisional russo.
O portal de notícias ucraniano Kyiv Independent publicou hoje testemunhos de soldados ucranianos nas frentes em Bakhmut, indicando que se sentem desprotegidos face à vaga de bombardeamentos e ataques russos. Os soldados dizem que se trata de uma frente de guerra "trituradora de carne" pelo elevado número de baixas que está a provocar entre ucranianos e russos.
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