Cabo Verde diz que acordo sobre proteção do alto mar é "histórico"

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, classificou, esta segunda-feira, como "histórico" o tratado de proteção do alto mar, alcançado pelos Estados-membros das Nações Unidas, sublinhando que vai ao encontro do que era defendido pelo país.

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Lusa
06/03/2023 17:08 ‧ 06/03/2023 por Lusa

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Cabo Verde

"Um acordo histórico que vai na linha do defendido por Cabo Verde na proteção de todas as espécies de vida no fundo do mar. As áreas de proteção contra a pesca, a mineração e o tráfego marítimo vão passar de 1% para 30% até 2030. Nessas áreas, a pesca, a passagem de navios e a mineração em águas profundas vão ter um controle rígido", afirmou o chefe do governo.

Os Estados-membros da ONU alcançaram no sábado um acordo para estabelecer um tratado de proteção do alto mar, após mais de 15 anos de negociações.

"A criação de um novo órgão para gerenciar a conservação da vida nos oceanos bem como o estabelecimento de regras básicas para avaliar o impacto ambiental de atividades comerciais nos oceanos, como a pesca e o turismo merecem nosso apreço e total adesão. Este novo acordo é um ganho extraordinário para o mundo, um sinal de esperança para o futuro das próximas gerações", disse ainda Ulisses Correia e Silva.

O consenso sobre acordo foi alcançado após uma maratona de negociações que teve início a 20 de fevereiro e que deveria ter terminado na sexta-feira, mas que continuou durante a noite até sábado, com mais de 35 horas seguidas de discussões.

"Cabo Verde assume o mar como um dos motores do seu desenvolvimento que se quer sustentável e em estrito respeito pela preservação ambiental. Por isso saudamos este acordo histórico que tem como objetivo fazer com que as práticas comerciais não prejudiquem, por exemplo, as longas migrações anuais de golfinhos, baleias, tartarugas marinhas e peixes", acrescentou o primeiro-ministro.

O acordo define, entre outras coisas, as bases para o estabelecimento de áreas marítimas protegidas, o que deverá facilitar o compromisso internacional de salvaguardar pelo menos 30% dos oceanos até 2030.

"O navio chegou à costa", anunciou a presidente das negociações, Rena Lee, ao confirmar que havia finalmente um consenso sobre o documento. A notícia foi recebida com uma ovação de pé das delegações reunidas na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

A adoção formal do tratado, porém, vai ter de aguardar até que um grupo de técnicos assegure a uniformidade dos termos utilizados no documento e que este seja traduzido nas seis línguas oficiais da ONU.

"Este é um dia histórico para a conservação e um sinal de que, num mundo dividido, proteger a natureza e as pessoas pode vencer a geopolítica", disse Laura Meller, do grupo ambientalista Greenpeace, numa primeira reação.

Leia Também: Cabo Verde vai entregar exploração de pozolana de Santo Antão à Cimpor

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