UNICEF pede ajuda para combater cólera no Maláui

A Unicef alertou hoje que a epidemia de cólera sem precedentes que afeta o Maláui está a colocar em risco especialmente as crianças subnutridas e apela a doações da comunidade internacional para combater a doença.

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Lusa
07/03/2023 14:28 ‧ 07/03/2023 por Lusa

Mundo

Malaui

Cerca de 4,8 milhões de crianças no Maláui, ou seja, uma em cada duas, precisam de assistência humanitária, aquela agência da ONU.

Segundo Rudolf Schwenk, representante da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Maláui, só até ao final de março, mais de 213.000 crianças menores de 5 anos deverão agravar a sua desnutrição e mais de 62.000 sofrerão de um estado de desnutrição mais grave.

"Como uma criança gravemente desnutrida tem 11 vezes mais hipóteses de morrer de cólera do que uma criança bem nutrida, um surto de cólera pode ser uma sentença de morte para milhares delas no Malaui", afirmou aquele responsável aos jornalistas, numa conferência de imprensa on-line a partir de Genebra.

O atual surto de cólera, o mais mortal registado no Maláui, já matou mais de 1.500 pessoas, incluindo 197 crianças, desde março de 2022 e mais de 50.000 pessoas, incluindo mais de 12.000 crianças, foram afetadas, de acordo com os últimos números disponíveis, a 2 de março.

A cólera já se espalhou por todos os 29 distritos do país.

O surto foi declarado uma emergência de saúde pública pelo governo do Maláui em 5 de dezembro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a ajudar as autoridades, em particular fornecendo kits de tratamento e aumentando as capacidades de teste.

A Unicef, que forneceu medicamentos, água potável e informações sobre prevenção e tratamento da cólera, enfrenta agora falta de financiamento e equipamento e está a pedir uma ajuda de 52,4 milhões de dólares (49,1 milhões de euros).

"Para evitar novos surtos de cólera, devemos apoiar o país com investimentos significativos em infraestruturas de saúde, água e saneamento", frisou Schwenk.

A cólera é contraída pela ingestão de água ou alimentos contaminados com bactérias. Geralmente causa diarreia e vómitos e pode ser muito perigosa para crianças pequenas.

Desde o início da epidemia, o Maláui realizou duas grandes campanhas de vacinação, mas devido à escassez de recursos, o país só conseguiu oferecer uma das duas doses da vacina oral geralmente recomendadas contra a cólera.

Leia Também: ONU pede que Itália garanta bem-estar de anarquista em greve de fome

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