Um tribunal russo condenou, esta terça-feira, a oito anos e meio de prisão Dmitry Ivanov, um jovem ativista acusado de difundir informação “falsa” sobre as Forças Armadas da Rússia. Em causa estiveram publicações na plataforma Telegram sobre a invasão russa da Ucrânia, onde o estudante condenou a ação de Moscovo.
Segundo a imprensa internacional, que cita um comunicado da advogada do jovem, Ivanov administrava um canal na plataforma Telegram dirigido a estudantes da Universidade Estatal de Moscovo.
Em tribunal, negou todas as acusações e manteve as declarações originais, que considera serem “factualmente corretas”.
O ativista irá cumprir a sentença numa colónia penal e, após ser libertado, ficará proibido de ser administrador de sites ou redes sociais durante um período de quatro anos.
“Este processo apenas confirmou a prática completamente viciosa estabelecida em tais casos, quando qualquer informação que contradiz a posição oficial do Ministério da Defesa ou do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa é declarada falsa”, afirmou a advogada.
Sublinhe-se que a Rússia decidiu punir, em março de 2022, a divulgação de “informações falsas” sobre o Exército russo e de notícias de pedidos de sanções contra o país. As penas podem ir de multas graves até 15 anos de prisão.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combate.
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