"Romance" entre China e Rússia está para durar, diz inteligência dos EUA

A diretora da Inteligência Nacional dos Estados Unidos explicou que tal relação entre China e Rússia "continua a aprofundar-se".

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Notícias ao Minuto
08/03/2023 21:07 ‧ 08/03/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Rússia/China

A China vai continuar a aprofundar a sua relação de cooperação com a Rússia, numa tentativa de provocar os Estados Unidos, segundo avançaram os líderes das agências de inteligência norte-americanas, aqui citados pela Reuters.

"Apesar da reação global à invasão da Rússia sobre a Ucrânia, a China manterá a sua cooperação diplomática, de defesa, económica e tecnológica com a Rússia, para continuar a tentar desafiar os Estados Unidos, mesmo que isso limite o apoio público", pode ler-se numa avaliação assinada por tais líderes divulgada quando a Comissão de Inteligência do Senado realizou a sua audição anual sobre as ameaças mundiais à segurança dos Estados Unidos.

Em causa está um relatório que se centrou, em larga medida, nas ameaças representadas pela China e Rússia, e que determina que o país liderado por Xi Jinping continuará a intimidar os rivais presentes no Mar do Sul da China. Mais ameaças concretas sobre Taiwan não são, por isso, de desconsiderar, revelou o documento.

"Escusado será dizer, talvez, que a República Popular da China, que desafia cada vez mais os Estados Unidos, económica, tecnológica, política e militarmente, continua a ser a nossa prioridade a nível global", explicou a diretora da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Avril Haines, a principal conselheira do presidente Joe Biden nestas matérias.

Haines explicou ainda que, para fazer cumprir a visão do seu líder, Xi Jinping, o Partido Comunista Chinês (PCC) "está cada vez mais convencido de que só o pode fazer à custa do poder e influência dos Estados Unidos". 

Além disso, apesar das recentes críticas feitas pelo presidente chinês ao país governado por Biden, Pequim acredita que beneficia, de momento, de uma relação estável com os Estados Unidos, segundo as análises feitas pelos serviços secretos, citadas pela diretora da Inteligência Nacional dos Estados Unidos.

De recordar que, num discurso na segunda-feira, Xi Jinping culpou o Ocidente pelas dificuldades económicas da China, tendo ainda acusado os Estados Unidos de liderar um esforço internacional para conter o crescimento do país.

Questionada pelo senador independente Angus King, sobre se os laços entre Pequim e Moscovo se tratam de um "casamento temporário de conveniência" ou de um "romance a longo prazo", Avril Haines explicou que tal relação "continua a aprofundar-se".

Porém, a líder da Inteligência Nacional dos Estados Unidos fez algumas adendas acerca desse relacionamento: "Não os vemos tornarem-se aliados, como nós somos com os nossos aliados da NATO, mas mesmo assim, vemos aumentar (a cooperação) em todos os setores".

Recorde-se que a China nunca condenou publicamente a invasão russa sobre a Ucrânia, que desde 24 de fevereiro do ano passado tirou já a vida a oito mil civis e feriu mais de 13 mil, segundo os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Leia Também: Plano de Paz? China quer reforçar "imagem" de país "responsável"

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