Menor imigração da UE não ajudou aumento de salários britânicos

Um estudo do centro "UK in a Changing Europe" publicado hoje concluiu que a queda na imigração de europeus depois do 'Brexit' para o Reino Unido não resultou no aumento de salário de trabalhadores britânicos. 

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Lusa
09/03/2023 18:11 ‧ 09/03/2023 por Lusa

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"Apesar das indícios qualitativos de que alguns empregadores tentaram atrair trabalhadores com melhores salários e condições, os dados do mercado de trabalho em 2022 não proporcionaram quaisquer provas de que a imigração tivesse conduzido sistematicamente a salários mais elevados", lê-se na investigação.

Segundo os autores, uma das principais razões por detrás da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) era o fim da liberdade de circulação de pessoas e um maior controlo do sistema de imigração. 

Até 2016, certas profissões não qualificadas, como a restauração, processamento alimentar e logística, tinham um "número desproporcionado" de trabalhadores da UE. 

"A migração [de cidadãos] da UE para empregos com salários baixos diminuiu de facto", continua o estudo, o que "parece ter contribuído para a escassez de mão-de-obra verificada em todo o mercado de trabalho do Reino Unido em 2022, embora não seja a única causa".

Porém, um dos setores que mais sofreu, a restauração, registou um dos mais reduzidos aumentos de remuneração desde a pandemia. 

"O Comité Consultivo sobre Migração não encontrou provas de que a redução da migração da UE tenha, até à data, aumentado os salários nos setores afetados", vinca o estudo.

Numa conferência hoje em Londres sobre o tema, a diretora do Observatório de Migrações da Universidade de Oxford, Madeleine Sumption, referiu que, ironicamente, uma área onde isto está a acontecer é no setor público. 

"Onde tem existido menos vontade de adaptação é nas áreas do mercado de trabalho que o Governo efectivamente controla, nomeadamente o [sistema de saúde público] NHS e a assistência social", afirmou. 

Desde 2021, quando introduziu o novo sistema de imigração por pontos, o Governo conservador aliviou os requisitos para o recrutamento no estrangeiro de profissionais de saúde e para o setor de apoio social, onde existe uma escassez aguda de pessoas. 

Na opinião desta especialista, o Governo poderia tentar atrair mais britânicos para o apoio social com salários mais elevados, "contudo, até agora, a principal resposta não tem sido gastar mais dinheiro, mas sim liberalizar a imigração". 

Leia Também: Novo acordo melhora relações mas afasta mais Reino Unido da UE

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