O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, comentou o facto de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não poder discursar na 95.ª edição de entrega dos prémios Óscares, e descreveu a decisão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como um exemplo de “hipocrisia”.
“Acho que se ‘A Oeste Nada de Novo’ receber um Óscar de melhor filme estrangeiro enquanto o presidente Zelensky - que está a lutar e a comandar o país que está a lutar na maior guerra na Europa desde a Segunda Guerra Mundial - não tem permissão para discursar, não se pode encontrar um melhor exemplo da hipocrisia dos altos executivos e produtores da indústria cinematográfica”, começou por referir em entrevista ao jornal alemão Bild.
‘A Oeste Nada de Novo’, do realizador alemão Edward Berger, é uma nova adaptação cinematográfica da obra de Erich Maria Remarque, que retrata a história de um jovem alemão soldado durante a Primeira Guerra Mundial. No total, está nomeado para nove categorias.
Para o ministro ucraniano, “a palavra ridículo não é suficiente para descrever tal hipocrisia”.
Recorde-se que a revista norte-americana Variety avançou, na quinta-feira, que a Academia teria negado um pedido do presidente ucraniano para intervir na cerimónia, que se realiza este domingo. O mesmo já tinha acontecido em 2022.
De acordo com a Variety, a equipa de Zelensky terá contratado o agente de Hollywood Mike Simpson para fazer o apelo à Academia, mas sem sucesso.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o presidente ucraniano tem discursado em vários eventos culturais, tendo, em fevereiro, feito uma intervenção no Festival de Cinema de Berlim, onde o filme sobre a sua liderança - ‘Superpower’ - foi exibido pela primeira vez.
Ainda este ano, em janeiro, discursou na entrega dos prémios Grammy e nos Globos de Ouro. Contudo, à semelhança do que aconteceu no ano passado, a Academia rejeitou a participação do chefe de Estado ucraniano.
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