As ambições europeias da Moldova são vistas com desconfiança pelo Kremlin, o que, segundo o ministro da Defesa moldavo, Anatolie Nosatii, tem gerado um conjunto de "provocações" com o objetivo de criar a desordem e alterar a ordem política vigente.
"Atualmente, não há perigo militar iminente contra a Moldova, mas existem outros tipos de perigos que afetam a segurança" disse Nosatti, referindo-se à "desinformação gerada pela Rússia" que na sua opinião tem sido a principal causa das tensões que se têm sentido na sociedade moldava.
No domingo, a polícia moldava anunciou a detenção de membros de uma rede, que diz ser orquestrada pelo Kremlin, acusados de querer desestabilizar o país depois de terem participado nas manifestações antigovernamentais que têm ocorrido na capital da Moldova.
No centro das preocupações está também a região separatista pró-russa da Transnístria, no leste do país, onde está uma missão cerca de 1.500 soldados russos.
Neste sentido, o ministro apelou novamente à desmilitarização da área, considerando que as forças russas estão "estacionadas ilegalmente no território da Moldova".
Apesar da presença militar da Rússia na região, "a situação está estável", adiantou.
Nosatti acusou ainda o Kremlin de estar a praticar "chantagem energética", por ter reduzido o fornecimento de gás ao país para metade, e de "violação do espaço aéreo" por mísseis direcionados à Ucrânia.
O ministro da Defesa agradeceu ainda o apoio financeiro concedido pela União Europeia desde que o estatuto de candidato foi concedido ao país em junho de 2022.
Neste sentido, afirmou que "a Moldova não está sozinha e não estará sozinha face aos perigos e ameaças", ao mesmo tempo que apelou à Europa para permanecer unida no apoio à Ucrânia.
A Casa Branca acusou na sexta-feira a Rússia de estar a tentar enfraquecer o Governo moldavo com o objetivo de instalar um Governo favorável a Moscovo.
O Kremlin pronunciou-se sobre acusações semelhantes, em fevereiro, que considerou "absolutamente infundadas e sem provas".
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