Mais de 100 presentes dados a Trump ficaram por reportar pela Casa Branca

A Casa Branca falhou em reportar mais de 100 presentes de nações estrangeiras, avaliados em mais de 250 mil dólares, durante o mandato de Donald Trump, revelou esta sexta-feira um relatório dos democratas na Câmara dos Representantes.

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© Scott Eisen/Getty Images

Lusa
18/03/2023 07:15 ‧ 18/03/2023 por Lusa

Mundo

Democratas

De acordo com o documento divulgado pelos democratas no comité de supervisão da câmara baixa do Congresso norte-americano, as autoridades federais não conseguiram encontrar, entre outros artigos, uma pintura em tamanho real de Trump, dada pelo Presidente de El Salvador, bem como tacos de golfe do primeiro-ministro do Japão.

Entre os itens não declarados estão 16 presentes da Arábia Saudita no valor total de mais de 45.000 dólares (cerca de 42.000 euros), incluindo uma adaga avaliada em até 24.000 dólares (cerca de 22.300 euros), e 17 presentes da Índia que incluem botões de punho, um vaso e um modelo do Taj Mahal no valor de 4.600 dólares (cerca de 4.200 euros), referem os democratas no relatório.

Presentes acima de várias centenas de dólares que oficiais estrangeiros dão ao chefe de Estado norte-americano, vice-presidente ou familiares são obrigados, pela Lei de Presentes e Condecorações Estrangeiras, a serem relatados ao Departamento de Estado.

O relatório dos democratas da Câmara dos Representantes, que cita registos do Departamento de Estado, diz que o número de presentes relatados por Trump e sua família é menor do que o número divulgado pelos presidentes anteriores.

Ao todo, aponta o relatório, embora a Casa Branca tenha relatado alguns presentes ao chefe de Estado entre 2017 e 2019, não relatou mais de 100 presentes estrangeiros com um valor total de mais de 250.000 dólares (cerca de 232.000 euros).

O relatório salienta que as autoridades federais não conseguiram localizar uma pintura em tamanho real de Trump que, de acordo com a correspondência interna da Casa Branca, foi encomendada pelo Presidente de El Salvador e entregue à Embaixada dos EUA em El Salvador como um presente para o republicano antes das eleições de 2020 nos Estados Unidos.

De acordo com o relatório, o embaixador dos EUA em El Salvador alertou as autoridades norte-americanas sobre o presente e pediu ajuda para enviá-lo.

Também não foram contabilizados milhares de dólares em tacos de golfe dados a Trump em 2018 e 2019 por Shinzo Abe, então primeiro-ministro do Japão.

"As descobertas preliminares de hoje [sexta-feira] sugerem novamente o descarado desrespeito da administração Trump pelo estado de direito e seu mau uso sistemático de grandes presentes de governos estrangeiros, incluindo muitos presentes personalizados luxuosos que excedem amplamente o limite estatutário em valor, mas nunca foram relatados -- alguns que ainda estão em falta hoje", vincou o congressista Jamie Raskin de Maryland, líder democrata no comité de supervisão, em comunicado.

Jamie Raskin também garantiu que o comité "permanecerá comprometido em acompanhar os factos para determinar até que ponto o ex-Presidente Trump infringiu a lei ou a Constituição ao deixar de relatar presentes e apoderar-se de itens valiosos sem pagar o preço justo de mercado por eles".

Um porta-voz de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de reação pela agência Associated Press (AP).

Leia Também: Trump publica no Facebook e YouTube pela 1.ª vez desde suspensão em 2021

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