"Mais de 800.000 jovens" de todo o país "voluntariaram-se" para se "juntarem ao Exército Popular da Coreia", só na sexta-feira, adiantou a agência noticiosa oficial da Coreia do Norte, KCNA.
Estes jovens estão determinados a "aniquilar impiedosamente os obcecados pela guerra" e juntaram-se ao exército para "defender o país", acrescentou a KCNA.
O diário oficial Rodong Sinmun publicou fotografias de longas filas de jovens em frente ao que aparenta ser um estaleiro de construção.
Segundo a KCNA, centenas de milhares de pessoas fizeram fila em resposta aos exercícios militares dos Estados Unidos da América (EUA), que a agência noticiosa descreve como uma tentativa de "provocar uma guerra nuclear".
Seul [Coreia do Sul] e Washington estão, neste momento, a realizar um dos maiores exercícios militares conjuntos dos últimos cinco anos.
Os exercícios "ficam imperdoávelmente aquém da linha vermelha", salienta a KCNA.
Na sexta-feira, a Coreia do Norte confirmou que tinha lançado, no dia anterior, um míssil balístico internacional, o segundo este ano. O lançamento foi em resposta aos "frenéticos" exercícios militares dos EUA e da Coreia de Sul, afirmou a KCNA.
Segundo a agência noticiosa, o míssil lançado na quinta-feira em direção ao mar do Japão era um Hwasong-17, um "míssil monstro", consideraram analistas militares, e que teoricamente tem alcance suficiente para atingir o continente americano.
Os exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul, apelidados de "Escudo da Liberdade", começaram a 13 de março e vão durar 10 dias. De acordo com os dois países, os exercícios concentram-se no "ambiente de segurança em mudança" devido à crescente agressividade da Correia do Norte.
No ano passado, Pyongyan declarou-se como uma potência nuclear "irreversível" e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, apelou recentemente a um aumento "exponencial" da produção de armas, incluindo armas nucleares táticas.
Já no início deste mês, Kim Jong-un ordenou que os militares norte-coreanos intensificassem os exercícios de preparação para uma "verdadeira guerra".
Em declarações à AFP, o presidente da Universidade de Estudos da Coreia do Norte em Seul, Yang Moo-jin, afirmou que Pyongyang está a utilizar os exercícios dos EUA para apresentar o seu programa de armas nucleares como "crucial e necessário".
Essa situação "espalha a ideia de que os exercícios dos EUA e Coreia do Norte visam, em última análise, destruir o atual regime norte-coreano e ocupar a sua capital", acrescentou.
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