Putin voltou ao tema da anexação da Crimeia em 2014, um dos precedentes diretos do atual conflito armado, para afirmar que o seu país "simplesmente não podia dar uma espada ao povo da Crimeia quando este já estava a confrontar os nacionalistas".
A Rússia acabou por anexar a península ao seu território através de um decreto declarado ilegal por Kyiv e os seus aliados.
"Tínhamos assumido que seríamos capazes de resolver a situação de forma absolutamente pacífica. Jamais estive ansioso de desencadear alguma confrontação", afirmou o Presidente russo, numa entrevista com o canal Rossiya 1, citado pela agência de notícias TASS.
"Não podíamos simplesmente recusar o nosso apoio e proteção ao povo da Crimeia. Eles já estavam sob ataque dos nazis, como dizem os ucranianos, e era nosso dever sagrado protegê-los", explicou.
No entanto, Putin reiterou que, inicialmente, esperava resolver a situação na Crimeia e, por extensão, nas regiões separatistas de Donestk e Lugansk, no este da Ucrânia, através de negociações.
"Mas, agora percebemos que os nossos então chamados parceiros não tinham intenção de resolver nada por meios pacíficos. Eles simplesmente bombeavam armas para a Ucrânia e preparavam as suas forças para operações militares", acrescentou.
Putin fez as declarações depois de uma visita à Crimeia, seguida de uma paragem na cidade ucraniana de Mariupol, ocupada pelas forças russas, onde se comprometeu a promover projetos de reconstrução e desenvolvimento, acusando simultaneamente as forças ucranianas de ataques contra civis.
O Presidente russo disse também, em declarações recolhidas pela TASS, que as forças ucranianas tinham plantado minas em centros médicos e hospitais na cidade antes de abandonarem as suas posições.
"Todo o equipamento médico está minado. Esta não é a forma como as pessoas normais se comportam", disse.
Putin, finalmente, prometeu acelerar os planos de construção de uma nova área residencial na cidade para a transformar numa "pequena parte do paraíso".
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