Meteorologia

  • 12 NOVEMBER 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 20º

Enviado dos EUA saúda acordo "importante" entre a Sérvia e o Kosovo

O enviado dos Estados Unidos para o diálogo Sérvia-Kosovo saudou hoje o acordo mediado pela União Europeia (UE) sobre a normalização das relações entre Pristina e Belgrado, definindo o compromisso como um "importante e histórico acordo".

Enviado dos EUA saúda acordo "importante" entre a Sérvia e o Kosovo
Notícias ao Minuto

17:31 - 20/03/23 por Lusa

Mundo EUA

Gabriel Escobar considerou que o acordo alcançado no fim de semana entre o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro albanês, Albin Kurti, em Ohrid, na Macedónia do Norte, "estabelece as condições para a normalização entre a Sérvia e o Kosovo em termos europeus".

No sábado, o representante para a política externa da UE, Josep Borrell, disse que Vucic e Kurti concordaram num plano de 11 pontos do bloco comunitário para a normalização das relações na sequência da guerra entre 1998-1999 e da declaração unilateral de independência do Kosovo anunciada em fevereiro de 2008.

O plano apela à manutenção de relações de boa vizinhança e reconhece os documentos oficiais e os símbolos dos dois países.

Caso seja aplicado, impedirá Belgrado de bloquear as tentativas do Kosovo para garantir o estatuto de membro das Nações Unidas e de outras organizações internacionais. No entanto, não apela explicitamente ao reconhecimento mútuo entre o Kosovo e a Sérvia.

No final de fevereiro, e no decurso de um infrutífero encontro entre Vucic e Kurti em Bruxelas sob os auspícios da UE, o Presidente sérvio assegurou que nunca reconheceria a independência do Kosovo.

"Este acordo compromete legalmente as suas partes (...) e continuará a ser a base da nossa política para que os Estados Unidos prossigam a sua ação, e a base para o envolvimento europeu na região", disse Escobar, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP).

Os dois países têm como objetivo uma futura adesão à UE, dependente da prévia normalização das suas relações.

A necessidade de uma aproximação entre os dois vizinhos foi considerada prioritária pelos ocidentais no contexto da guerra na Ucrânia, devido aos receios de um aumento da ingerência da Rússia numa região onde mantém uma histórica influência.

Escobar acrescentou ainda que "a primeira intenção constituiu em preparar as condições para a interação entre os dois países para que questões como as matrículas dos veículos ou as barricadas não fiquem fora de controlo e promovam a instabilidade regional".

Atualmente, os albaneses kosovares e a minoria sérvia vivem em sociedades paralelas, com reduzida inter-relação, e exemplificada pela situação na cidade dividida de Mitrovica (norte), onde as tensões são frequentes.

Em novembro passado, os sérvios retiraram-se das suas funções públicas, desde a polícia ao sistema judicial, no norte de Mitrovica, onde são maioritários, após um ultimato do Governo de Pristina para que utilizassem nos seus veículos as matrículas oficiais do Kosovo e eliminasse as que são emitidas pela Sérvia.

Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral da sua antiga província do sul em 2008, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.

Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria (perto de 90%) de etnia albanesa e religião muçulmana.

O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantém forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.

A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia), também não reconheceram a independência do Kosovo.

Leia Também: União Europeia anuncia pacto entre Sérvia e Kosovo

Recomendados para si

;
Campo obrigatório