Pai ucraniano esteve preso, mas conseguiu ir a Moscovo salvar os 3 filhos

Mezhevyi correu grandes riscos em viajar até à capital russa, sendo um ex-soldado ucraniano, mas tudo compensou após recuperar as crianças que iriam ser adotadas.

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© Stanislav Ivanov/Global Images Ukraine via Getty Images

Notícias ao Minuto
20/03/2023 19:07 ‧ 20/03/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

Yevhen Mezhevyi, um pai solteiro ucraniano e ex-combatente ucraniano, ultrapassou enormes obstáculos e grandes riscos para salvar os três filhos, que tinham sido levados para Moscovo enquanto esteve preso e numa altura em que estavam quase a ser adotados por famílias russas.

Mezhevyi, natural de Mariupol, contou à Vanity Fair que estava na cidade quando a invasão começou, abrigando-se com as crianças - Matvii (13 anos), Sviatoslava (9) e Oleksandra (7) - num abrigo antiaéreo, localizado num hospital. Antes do duro e brutal cerco russo a Mariupol terminar, com a tomada da fábrica de Azovstal, o homem escapou com os filhos para uma outra vila, Vinohradne, governada pelos russos.

Aí, Yevhen Mezhevyi explica que as autoridades invasoras detetaram que este tinha sido soldado ucraniano, entre 2016 e 2019, detendo-o por ter feito parte das forças do país.

Enquanto as crianças ficaram cá fora, Mezhevyi esteve preso 45 dias em Olenvinka, na província de Donetsk. Quando saiu, descobriu que os filhos - à semelhança do que aconteceu a centenas de crianças em cidades tomadas pelos russos - tinham sido levados para um acampamento em Moscovo.

"Percebi que não tinha tempo de procurar trabalho. Tinha de arriscar, ir à Rússia e tirá-los de lá o mais depressa possível", disse.

Numa corrida contra o tempo, o homem arriscou a detenção e (potencialmente) a vida, atravessando a fronteira e chegando a Moscovo a tempo de impedir que os filhos fossem distribuídos para famílias adotivas russas ou orfanatos, já que o campo onde se encontravam ia encerrar.

"Foi muito difícil atravessar para a Rússia a partir dos territórios ocupados. Fui interrogado uma e outra vez, apesar de já ter passado 45 dias na prisão deles e de só querer recuperar os meus filhos. Mas ninguém queria saber disso. Por fim, atravessei a fronteira e pus-me num comboio para Moscovo", explicou o homem.

Mezhevyi conta que contou com o apoio de um oficial russo, que o ajudou a tratar dos procedimentos próprios, de passar por interrogatórios e de preencher a documentação necessária para recuperar as crianças.

"Enquanto eu preenchia o último documento, ouvi as vozes das minhas meninas e parei. Elas correram na minha direção e abraçámo-nos, por um longo tempo. Depois disso, o meu filho, Matvii, chegou", suspirou o homem.

Depois da experiência difícil, a família procurou fugir da guerra e dos países em conflito e, atualmente, encontra-se em segurança em Riga, na capital da Letónia, um dos países do Báltico que acolheu vários milhares de refugiados ucranianos.

Leia Também: TPI lamenta "ocasião sombria" que levou a mandado de captura contra Putin

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